São Paulo, sexta, 27 de fevereiro de 1998

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União não consegue repetir o superávit de 96

da Sucursal de Brasília

O governo federal empatou, em 97, gastos e receitas, sem contar os juros. Esse resultado não significa que as contas melhoraram.
No ano anterior, o governo federal havia obtido superávit de 0,38% do PIB -ou seja, sobraram R$ 3,072 bilhões após pagar todas as despesas, exceto juros.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, aponta o déficit da Previdência Social e o pacote de socorro aos agricultores como fatores para a deterioração das contas.
O pagamento de benefícios da Previdência superou a arrecadação em R$ 3,8 bilhões. O subsídio do Tesouro ao setor agrícola atingiu R$ 400 milhões em 97.
Considerando o pagamento de juros, os gastos totais superaram as receitas em R$ 21,290 bilhões.
O déficit nominal de 97 equivale a 2,39% do PIB. Em 96, o déficit nominal foi de 2,55% do PIB.
O bom resultado se deve à redução do pagamento total de juros. Em 97, a despesa de juros foi de 2,4% do PIB, contra 2,94% em 96.
Mas essa tendência de redução nos gastos com encargos da dívida começou a se inverter a partir de novembro, após o BC dobrar a taxa básica de juros. Em outubro, antes da alta dos juros, a despesa foi de R$ 1,567 bilhão. Em dezembro, o encargo subiu 35,2%, passando a R$ 2,2120 bilhões.
As estatais ficaram longe da meta do governo. O superávit primário de 0,07% do PIB (R$ 653 milhões) em 97 não ajudou no equilíbrio das contas. O governo havia previsto 0,7%, o que ajudaria o setor a atingir a meta de 1,5%.
As estatais federais tiveram gastos inferiores às receitas em R$ 2,428 bilhões, ou 0,27% do PIB. As estaduais tiveram déficit de R$ 1,61 bilhão (0,18% do PIB). As municipais tiveram déficit de R$ 165 milhões (0,02% do PIB).



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