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Presidente da UDR critica FHC e Covas
EDMILSON ZANETTI
da Agência Folha, em São José do Rio Preto
O presidente da UDR, Roosevelt
Roque dos Santos, disse ontem
que o presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de
São Paulo, Mário Covas, serão
"culpados" se ocorrer confronto
com sem-terra em São Paulo.
"O que pode acontecer numa
dessas invasões é ocorrer inúmeras vítimas. Desde já credito a culpa ao presidente da República e ao
governador de São Paulo", disse.
Para Santos, "o governador Mário Covas incentiva as invasões, e o
governo federal libera dinheiro
para as desapropriações. Ambos
estão mancomunados com a política de invasão."
Santos considera iminente o risco de conflito na região de Caiuá
(650 km a oeste de São Paulo), novo foco de tensão no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado de São Paulo.
Manifestação
A cidade será palco hoje da primeira manifestação pública da
UDR (União Democrática Ruralista) neste ano "contra as invasões e de alerta ao governo".
"Respeito a estatura política do
Fernando Henrique. É um homem
preparado, mas, por ser muito
preparado, ele ganha tudo com
conversa. Diz que não haverá vistoria em área invadida. É conversa
para inglês ver", disse.
Mais de mil produtores foram
convidados para o ato. Eles devem
sair em carreata do município de
Presidente Venceslau, pela rodovia Raposo Tavares, até Caiuá. São
esperados fazendeiros também de
Mato Grosso do Sul e do Paraná.
A região tem sido novo foco de
invasões desde o final do ano por
grupos ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra) ou dissidentes.
Para Almir Guedes Soriano, presidente do Sindicato Rural de Presidente Venceslau (São Paulo), foram cinco invasões e três tentativas repelidas somente em Caiuá.
Cledson Mendes, 24, dirigente
do MST que coordena as invasões
na região de Caiuá, disse ontem
que a manifestação da UDR é um
"sinal de desespero".
"Enquanto meia dúzia de fazendeiros faz barulho, a grande maioria está negociando a vendas das
terras com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária) e o Itesp (Instituto de
Terras do Estado de São Paulo)."
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