CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local

O governador Mário Covas (PSDB) recebeu ontem a lista dos três candidatos a procurador-geral de Justiça de São Paulo mais votados na eleição realizada pelo Ministério Público. O mais provável é que Covas nomeie o ex-procurador-geral Luiz Antonio Marrey, cujo mandato acabou anteontem. Ele venceu a disputa com 894 votos, 170 a mais que o segundo colocado, Cássio Juvenal Faria. Covas terá 15 dias para tomar sua decisão, a contar de ontem. Um dia depois de proclamado o resultado, promotores e procuradores discutiam ontem as razões que provocaram a vitória de Marrey, considerada surpreendente até por seus aliados. A teoria mais frequente apontava para o resgate da imagem externa do Ministério Público que teria sido promovido por Marrey. Quando o ex-procurador-geral assumiu o cargo, há dois anos, a instituição estava desgastada pela proximidade de sua cúpula com os governos Orestes Quércia e Luiz Antonio Fleury Filho. Eram frequentes as acusações feitas pela oposição de atraso ou engavetamento de investigações contra integrantes do Executivo. A proximidade do Ministério Público ao governo do Estado chegou a seu auge quando Araldo Dal Pozzo foi procurador-geral de Justiça. Assim que se aposentou, Dal Pozzo foi nomeado secretário da Administração de Fleury. A escolha de Marrey há dois anos quebrou a hegemonia desse grupo, que comandava o Ministério Público havia anos. Para muitos integrantes da instituição, Marrey conseguiu criar a imagem de um Ministério Público independente e ativo.

Poder
Além disso, contribuiu para sua vitória o fato de ele estar no comando da instituição. O procurador-geral de Justiça pode nomear cerca de 50 assessores e é responsável por parte significativa da vida funcional dos promotores.
Passam pela Procuradoria Geral coisas como pedidos de férias e pagamento de diárias. Também é a Procuradoria Geral que distribui computadores e cuida das condições de trabalho dos promotores.



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