São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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Contrato com a Venezuela prevê 60% das ações para Petrobras

Acerto fechado em dezembro sobre a parceria com a PDVSA na refinaria Abreu e Lima, em fase inicial de construção, foi formalizado ontem em Recife

Divulgação/Governo da Venezuela
A partir da esq., a ministra Dilma, Hugo Chávez, Lula e o governador Eduardo Campos posam para foto após assinatura de contrato entre Petrobras e PDVSA

LETÍCIA SANDER
DA ENVIADA A RECIFE

RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A Petrobras e a estatal venezuelana PDVSA assinaram ontem em Recife (PE) contrato que estabelece as bases gerais para a futura sociedade entre as duas empresas na refinaria Abreu e Lima, um investimento de US$ 4,05 bilhões, em fase inicial de construção.
Trata-se de uma formalização do acerto fechado em dezembro durante reunião em Caracas, e que prevê a participação acionária da Petrobras no projeto em 60% e, da PDVSA, em 40%, segundo comunicado divulgado pela Petrobras. A nota também afirma que foram estabelecidos prazos para a futura celebração de acordo entre os acionistas, além do estatuto social da empresa mista que será criada. Mas não diz que prazos são esses, sob o argumento de que há um acordo de confiabilidade.
No comunicado também não há menção a um dos principais entraves nas negociações até agora, a definição sobre a comercialização dos derivados de petróleo a serem produzidos. Antes da assinatura do contrato, celebrada à noite na sede do governo pernambucano, o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse que o acerto é "preliminar".
"É um acordo de associação, mais um passo para a PDVSA se tornar parceira no empreendimento", disse. As obras vêm sendo tocadas pela Petrobras.
Assim mesmo, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez deram ares de resolução do impasse ontem. "Isso merece uma foto", disse Lula, fazendo os signatários darem as mãos em frente aos fotógrafos. "Esse é um filho que demorou alguns meses para nascer", afirmou Chávez.
Os dois não deram declarações à imprensa após a assinatura. Os presidentes das empresas também não falaram.
Este é o terceiro encontro de Lula e Chávez em seis meses para tentar fechar a parceria. Ontem eles estiveram em Suape, onde a refinaria será erguida. Até agora, a Petrobras iniciou a terraplanagem do terreno. Segundo a estatal brasileira, a refinaria terá capacidade para processar 200 mil barris de petróleo pesado por dia. O início de operação é previsto para o segundo semestre de 2010.
A nota divulgada ontem também deixa claro que não houve avanços no projeto complementar de parceria entre as duas estatais no campo de Carabobo 1, na Venezuela. A Petrobras diz apenas que "prosseguirá com seus estudos" sobre a opção de participação societária de até 10% no projeto.
Chávez também apoiou a sugestão de criação de um conselho de defesa da América do Sul, idéia que, segundo ele, já foi defendida pelo revolucionário Simon Bolívar e por ele.
Lula e Chávez assinaram ainda outros sete acordos nas áreas de educação, agricultura, cooperação empresarial e segurança alimentar.


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