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PSDB e DEM querem "reatar" no 2º turno
Partidos convocam reunião para abril em que será discutido apoio mútuo caso Alckmin ou Kassab disputem com Marta
Clima entre simpatizantes das candidaturas ficou mais acirrado após o presidente do PSDB ter dito que seria inevitável Alckmin disputar
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Diante da constatação de que
haverá duas candidaturas, o
PSDB e o DEM convocaram
uma reunião para oficializar o
divórcio em São Paulo. A idéia é
-confirmado o embate entre
Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) - firmar
um pacto de aliança caso um
dos dois dispute eventual segundo turno contra a ministra
Marta Suplicy (PT).
O encontro havia sido marcado inicialmente para a próxima
segunda-feira, em São Paulo,
mas, com o acirramento do clima entre kassabistas e alckmistas no meio da tarde de ontem,
e para evitar o rótulo de anticrise, foi adiado para o dia 7 de
abril, podendo ocorrer depois
que as duas candidaturas já estiverem "colocadas".
Além dos líderes no Congresso, terá a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do ex-presidente do
DEM Jorge Bornhausen (SC).
Os dois partidos vão tentar
amenizar os ânimos em São
Paulo e reestruturar a oposição
que, ambos admitem, perdeu
força no Congresso.
A reunião foi convocada em
meio a um mal-estar produzido
pelas declarações do presidente nacional do PSDB, Sérgio
Guerra, de que as duas candidaturas são inevitáveis. Na conversa com Guerra, o presidente
do DEM, Rodrigo Maia (RJ),
queixou-se, deixando evidente
uma insatisfação de Kassab.
"Não podemos antecipar essa decisão. Temos obrigação de
tentar até o fim, sob pena de
deixar um dos candidatos insatisfeitos", disse Maia. Irônico,
acrescentou: "Afinal de contas,
precisaremos do apoio de Alckmin no segundo turno".
Almoço
Em São Paulo, a declaração
exigiu uma ginástica do presidente municipal do PSDB, José
Henrique Reis Lobo, que almoçou com Bornhausen e se reuniu com Kassab.
"Não sei quais as informações que o senador obteve. Mas
não são as minhas. Ainda acredito na aliança", afirmou Lobo.
Descrevendo-se como quixotesco por apostar na aliança,
Lobo reconheceu que declarações como a de Guerra "atrapalham muito a negociação".
Os democratas lembraram
que havia um rito a ser cumprido. Pelo cronograma, os dois se
encontrarão até o fim de abril
para uma conversa conclusiva.
"Até lá, não podemos jogar a
toalha", disse Bornhausen.
Entre os tucanos kassabistas,
a manifestação de Guerra foi
classificada como desastrosa
por institucionalizar o fim da
aliança. Kassab insistiu:
"O esforço ainda existirá,
principalmente da minha parte, para que possamos estar
juntos no primeiro turno. A
aliança é desejável".
A tensão atingiu em cheio a
direção dos partidos. Tucanos
reclamaram ontem dos ataques
do presidente do DEM, Rodrigo Maia, ao governador de Minas, Aécio Neves (PSDB). Do
outro lado, líderes do DEM responsabilizam caciques tucanos
por estimular candidaturas
próprias em cidades onde seria
possível manter a aliança.
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