São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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PSDB e DEM querem "reatar" no 2º turno

Partidos convocam reunião para abril em que será discutido apoio mútuo caso Alckmin ou Kassab disputem com Marta

Clima entre simpatizantes das candidaturas ficou mais acirrado após o presidente do PSDB ter dito que seria inevitável Alckmin disputar

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Diante da constatação de que haverá duas candidaturas, o PSDB e o DEM convocaram uma reunião para oficializar o divórcio em São Paulo. A idéia é -confirmado o embate entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) - firmar um pacto de aliança caso um dos dois dispute eventual segundo turno contra a ministra Marta Suplicy (PT).
O encontro havia sido marcado inicialmente para a próxima segunda-feira, em São Paulo, mas, com o acirramento do clima entre kassabistas e alckmistas no meio da tarde de ontem, e para evitar o rótulo de anticrise, foi adiado para o dia 7 de abril, podendo ocorrer depois que as duas candidaturas já estiverem "colocadas".
Além dos líderes no Congresso, terá a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen (SC).
Os dois partidos vão tentar amenizar os ânimos em São Paulo e reestruturar a oposição que, ambos admitem, perdeu força no Congresso.
A reunião foi convocada em meio a um mal-estar produzido pelas declarações do presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, de que as duas candidaturas são inevitáveis. Na conversa com Guerra, o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), queixou-se, deixando evidente uma insatisfação de Kassab.
"Não podemos antecipar essa decisão. Temos obrigação de tentar até o fim, sob pena de deixar um dos candidatos insatisfeitos", disse Maia. Irônico, acrescentou: "Afinal de contas, precisaremos do apoio de Alckmin no segundo turno".

Almoço
Em São Paulo, a declaração exigiu uma ginástica do presidente municipal do PSDB, José Henrique Reis Lobo, que almoçou com Bornhausen e se reuniu com Kassab.
"Não sei quais as informações que o senador obteve. Mas não são as minhas. Ainda acredito na aliança", afirmou Lobo.
Descrevendo-se como quixotesco por apostar na aliança, Lobo reconheceu que declarações como a de Guerra "atrapalham muito a negociação".
Os democratas lembraram que havia um rito a ser cumprido. Pelo cronograma, os dois se encontrarão até o fim de abril para uma conversa conclusiva.
"Até lá, não podemos jogar a toalha", disse Bornhausen.
Entre os tucanos kassabistas, a manifestação de Guerra foi classificada como desastrosa por institucionalizar o fim da aliança. Kassab insistiu:
"O esforço ainda existirá, principalmente da minha parte, para que possamos estar juntos no primeiro turno. A aliança é desejável".
A tensão atingiu em cheio a direção dos partidos. Tucanos reclamaram ontem dos ataques do presidente do DEM, Rodrigo Maia, ao governador de Minas, Aécio Neves (PSDB). Do outro lado, líderes do DEM responsabilizam caciques tucanos por estimular candidaturas próprias em cidades onde seria possível manter a aliança.


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