São Paulo, sexta-feira, 27 de março de 2009

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É "duro" mineiro expor o que pensa, diz Serra

Governador paulista elogia Aécio e afirma que chapa com ele em 2010 seria forte, mas acha que é cedo para especular

Em entrevista a programa da TV Brasil, Serra também diz que o governo Lula errou na condução da política monetária durante a crise

DA SUCURSAL DO RIO

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), admitiu a possibilidade de formar uma "chapa puro sangue" com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), independentemente de quem se candidate à Presidência ou à vaga de vice em 2010, e declarou que mineiro "é duro para mostrar o que está pensando".
"Chapa puro sangue, com os dois juntos, independentemente da posição, seria forte, mas acho um pouco cedo para ficar especulando sobre isso", afirmou ao programa "Conexão Roberto D'Avila", que vai ao ar no domingo, às 20h, na Rede Brasil, emissora gerida pelo governo federal.
Indagado sobre a possibilidade de o PSDB fazer prévias para a escolha do candidato à Presidência, disse: "Se não houver consenso, provavelmente [a sigla] terá de fazer algum tipo de consulta, que terá de se ver como", disse na entrevista gravada anteontem à noite no Rio.
Lembrando que atuou politicamente em Minas Gerais, à época da montagem da Ação Popular (grupo politico católico de esquerda surgido nos anos 60), Serra afirmou: "Aprendi a lidar com mineiro, sem procurar fazer qualquer graça com isso, desde aquela época. Mineiro é duro de mostrar o que está pensando".
Serra elogiou Aécio por diversas vezes e o definiu como "imbatível" no quesito simpatia. "Aécio faz excelente governo em Minas. Em vida pública, o bom governante tem de saber escolher gente. O Aécio tem esse talento. Porque você não governa sozinho. Governa com uma equipe. Tem todos os títulos para eventualmente se apresentar como candidato."
O governador paulista declarou ser um erro "muito grande" a antecipação da campanha eleitoral. "Isso atrapalha o enfrentamento da crise econômica. Porque, para crise econômica, a gente tem de atuar com muito responsabilidade e num espírito de cooperação. E num clima de campanha as duas coisas enfraquecem."
No programa de 48 minutos (sem contar os intervalos) da TV da administração federal, apresentado pelo jornalista Roberto D'Avila, Serra evitou críticas diretas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas disse que "o governo errou na condução da política monetária" em resposta à crise econômica.
"O governo federal falhou no enfrentamento da crise por causa da política monetária. Você pode dizer: "Foi o BC". Mas o BC depende do governo, os diretores do BC são do governo, digamos. Falhou. Primeiro que vinha aumentando os juros antes [de setembro, ápice da crise]. O mundo todo já vinha baixando antes de meados de setembro."
Serra ainda criticou a política do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).


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