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É "duro" mineiro expor o que pensa, diz Serra
Governador paulista elogia Aécio e afirma que chapa com ele em 2010 seria forte, mas acha que é cedo para especular
Em entrevista a programa da TV Brasil, Serra também diz que o governo Lula errou na condução da política monetária durante a crise
DA SUCURSAL DO RIO
O governador de São Paulo,
José Serra (PSDB), admitiu a
possibilidade de formar uma
"chapa puro sangue" com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), independentemente de quem se candidate
à Presidência ou à vaga de vice
em 2010, e declarou que mineiro "é duro para mostrar o que
está pensando".
"Chapa puro sangue, com os
dois juntos, independentemente da posição, seria forte, mas
acho um pouco cedo para ficar
especulando sobre isso", afirmou ao programa "Conexão
Roberto D'Avila", que vai ao ar
no domingo, às 20h, na Rede
Brasil, emissora gerida pelo governo federal.
Indagado sobre a possibilidade de o PSDB fazer prévias para
a escolha do candidato à Presidência, disse: "Se não houver
consenso, provavelmente [a sigla] terá de fazer algum tipo de
consulta, que terá de se ver como", disse na entrevista gravada anteontem à noite no Rio.
Lembrando que atuou politicamente em Minas Gerais, à
época da montagem da Ação
Popular (grupo politico católico de esquerda surgido nos
anos 60), Serra afirmou:
"Aprendi a lidar com mineiro,
sem procurar fazer qualquer
graça com isso, desde aquela
época. Mineiro é duro de mostrar o que está pensando".
Serra elogiou Aécio por diversas vezes e o definiu como
"imbatível" no quesito simpatia. "Aécio faz excelente governo em Minas. Em vida pública,
o bom governante tem de saber
escolher gente. O Aécio tem esse talento. Porque você não governa sozinho. Governa com
uma equipe. Tem todos os títulos para eventualmente se
apresentar como candidato."
O governador paulista declarou ser um erro "muito grande"
a antecipação da campanha
eleitoral. "Isso atrapalha o enfrentamento da crise econômica. Porque, para crise econômica, a gente tem de atuar com
muito responsabilidade e num
espírito de cooperação. E num
clima de campanha as duas coisas enfraquecem."
No programa de 48 minutos
(sem contar os intervalos) da
TV da administração federal,
apresentado pelo jornalista Roberto D'Avila, Serra evitou críticas diretas ao presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, mas disse
que "o governo errou na condução da política monetária" em
resposta à crise econômica.
"O governo federal falhou no
enfrentamento da crise por
causa da política monetária.
Você pode dizer: "Foi o BC".
Mas o BC depende do governo,
os diretores do BC são do governo, digamos. Falhou. Primeiro que vinha aumentando
os juros antes [de setembro,
ápice da crise]. O mundo todo
já vinha baixando antes de
meados de setembro."
Serra ainda criticou a política
do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
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