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Oposição tentará ampliar foco de CPI do Apagão Aéreo
Para ministro do STF, investigação deve se ater ao acidente com o avião da Gol
Crise dos controladores de vôo e obras em aeroportos também estão na mira de oposicionistas; comissão deve começar na quinta
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO ENVIADO A SANTIAGO
Mesmo com a referência explícita do STF (Supremo Tribunal Federal) para que a CPI da
crise aérea "atenha-se" a investigar o acidente com o avião da
Gol que matou 154 pessoas, a
oposição já faz planos para incluir no pacote de investigação
as obras da Infraero e a questão
dos controladores de vôo.
"Queremos saber por que se
gastou mais com mármore em
aeroportos do que com segurança de vôo", disse o líder do
DEM (ex-PFL), Ônyx Lorenzoni. Ontem, a oposição indicou
seus membros da CPI. Representarão o PSDB Vanderlei
Macris, Zenaldo Coutinho e
Gustavo Fruet. Pelo DEM, irão
Solange Amaral, Vic Pires
Franco e Vitor Penido.
Os governistas só devem nomear seus representantes na
quarta-feira. A expectativa é
que a CPI comece a funcionar
na quinta-feira. A base aliada
terá 16 membros e a oposição,
oito. A tendência é a presidência ficar com o PT e a relatoria
com o PMDB, embora a oposição ameace voltar ao STF para
assegurar ao menos um cargo.
A oposição não descarta incluir as atividades de Roberto
Teixeira, compadre do presidente Lula, que atuou como advogado da Varig. Porém, ao tentar abrir o foco, pode ser derrotada no STF, já que o voto do
ministro Celso de Mello é explícito sobre seu objeto.
"O requerimento de criação
alude a um lamentável evento
da aviação brasileira, em que
154 pessoas perderam a vida."
É nisso que vai se fiar a base
aliada. "A Infraero não administra o espaço aéreo", diz o líder do PT, Luiz Sergio. Já o presidente da Câmara, Arlindo
Chinaglia (PT), disse esperar "o
melhor entendimento" para se
apurar as causas do apagão.
Lula disse, em Santiago, que
a criação da CPI atende aos interesses da democracia. "Pedi
CPIs contra os outros. Por que
agora iria ficar zangado?" Ainda assim, deu uma estocada na
oposição. "Enquanto a oposição pensa em CPI, vou pensando em construir o Brasil".
No Senado
Apesar de acordo para adiar a
CPI por 20 dias no Senado, a
oposição indicou seus integrantes. O governo terá maioria, mas a correlação de forças
será apertada, de oito a cinco. O
fiel da balança pode ser o PDT,
com uma vaga. Apesar de fazer
parte da coalizão, o partido faz
oposição na Casa.
(FÁBIO ZANINI, LETÍCIA SANDER, JOSÉ ALBERTO BOMBIG
E FERNANDA KRAKOVICS)
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