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Congressista recua e agora defende regular cota
ALAN GRIPP
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Voz até aqui mais eloquente
em defesa da manutenção das
passagens aéreas para parentes
dos congressistas, o deputado
Silvio Costa (PMN-PE) fez, ontem, um mea-culpa. Disse ter
percebido "nas ruas" que sua
posição estava em "desacerto"
com a opinião pública e prometeu até fazer campanha pelo
fim do privilégio.
"Estou abrindo o meu coração. Estive nas ruas, visitei
shoppings e percebi que a opinião pública não estava assimilando a nossa tese. Algumas
pessoas me disseram: "O senhor está equivocado'", conta.
Semana passada, o parlamentar fez uma defesa inflamada das passagens para familiares. Afirmou: "Quer dizer
que agora eu venho para Brasília e minha mulher fica lá? Assim vocês querem que eu me
separe. É preciso acabar com
essa hipocrisia".
Ao lado de colegas do chamado baixo clero, Costa protestou
contra a decisão do presidente
da Câmara, Michel Temer
(PMDB-SP), de restringir a
emissão de bilhetes ao deputado e a um assessor credenciado.
Após a chiadeira, Temer recuou e decidiu submeter a decisão ao plenário.
Alguns deputados, entre eles
o próprio Silvio Costa, defenderam então a apresentação de
uma emenda liberando as passagens para mulheres e filhos
menores de idade para viagens
entre Brasília e o Estado de origem do parlamentar.
Votação
Ele desistiu da ideia: "Liguei
ontem para o Temer e disse que
ia parar de ajudar a construção
dessa emenda. Desde ontem
[sábado], venho ligando para os
parlamentares [para tentar
convencê-los a desistir da
emenda]. Vou propor, inclusive, votação nominal".
A votação do projeto de resolução, com ou sem emenda, está marcada para amanhã.
Costa disse que mudou de
opinião quando surgiram suspeitas de que deputados venderam passagens de sua cota. "Essa coisa nojenta me fez refletir.
Deputado que vendeu passagem não deve só ser cassado,
tem que estar preso."
Não que o congressista tenha
mudado totalmente de ideia
("Deputados, principalmente
os mais velhos, precisam ter a
esposa por perto"), mas, segundo ele, é hora de o Congresso fazer uma "sinergia" com a opinião pública".
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