São Paulo, Terça-feira, 27 de Abril de 1999
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"Ele gostava de possuir"

da Sucursal de Brasília

O juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do TRT-SP, gostava de "possuir, não de usufruir", afirmou ontem à CPI do Judiciário seu ex-genro Marco Aurélio Gil de Oliveira.
A frase foi cunhada para que Oliveira explicasse aos senadores o dinheiro que, disse ele, Santos Neto gastava com artigos luxuosos, como objetos de arte, tapetes persas, relógios e armas para suas coleções, além de carros importados.
Oliveira citou como de propriedade do juiz automóveis BMW, Mercedes-Benz, Porsche e Nissan. Segundo ele, os carros eram comprados nas concessionárias Collection e Biscayne e colocados em nome de funcionários dessas lojas. "Mesmo quando comprava carros brasileiros, ele gozava de excelentes descontos nas montadoras."
O ex-genro disse que uma das filhas de Santos Neto tem uma galeria de arte em São Paulo e que o juiz, para ajudar a filha, comprava todos os objetos que "encalhavam" em razão do preço alto.
Além dos gastos, Oliveira descreveu Santos Neto como uma pessoa "mesquinha". Ele disse que seu ex-sogro comprou um conflito com um brasileiro que mora em Miami por causa de uma comissão.
Lauro Bezerra, cicerone indicado por Fábio Monteiro de Barros Filho para acompanhar o juiz e sua família nos EUA, teria cobrado de Santos Neto a comissão por ter encontrado o apartamento pedido por sua mulher, Maria da Gloria.
Oliveira deixou claro que sua mágoa estende-se à ex-sogra e à ex-mulher. Sobre primeira, contou que ela "buzinava" nos ouvidos de Santos Neto até ter o que queria.


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