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"Ele gostava
de possuir"
da Sucursal de Brasília
O juiz aposentado Nicolau dos
Santos Neto, ex-presidente do
TRT-SP, gostava de "possuir, não
de usufruir", afirmou ontem à CPI
do Judiciário seu ex-genro Marco
Aurélio Gil de Oliveira.
A frase foi cunhada para que Oliveira explicasse aos senadores o
dinheiro que, disse ele, Santos Neto gastava com artigos luxuosos,
como objetos de arte, tapetes persas, relógios e armas para suas coleções, além de carros importados.
Oliveira citou como de propriedade do juiz automóveis BMW,
Mercedes-Benz, Porsche e Nissan.
Segundo ele, os carros eram comprados nas concessionárias Collection e Biscayne e colocados em
nome de funcionários dessas lojas.
"Mesmo quando comprava carros
brasileiros, ele gozava de excelentes descontos nas montadoras."
O ex-genro disse que uma das filhas de Santos Neto tem uma galeria de arte em São Paulo e que o
juiz, para ajudar a filha, comprava
todos os objetos que "encalhavam" em razão do preço alto.
Além dos gastos, Oliveira descreveu Santos Neto como uma pessoa
"mesquinha". Ele disse que seu ex-sogro comprou um conflito com
um brasileiro que mora em Miami
por causa de uma comissão.
Lauro Bezerra, cicerone indicado
por Fábio Monteiro de Barros Filho para acompanhar o juiz e sua
família nos EUA, teria cobrado de
Santos Neto a comissão por ter encontrado o apartamento pedido
por sua mulher, Maria da Gloria.
Oliveira deixou claro que sua
mágoa estende-se à ex-sogra e à
ex-mulher. Sobre primeira, contou
que ela "buzinava" nos ouvidos de
Santos Neto até ter o que queria.
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