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Programa aumenta conta de luz em 4,5%
Subsídios para implantação do Luz para Todos custam R$ 284 milhões, que são bancados pela elevação das tarifas de energia
Programa gera custos extras para o consumidor porque a expansão da rede elétrica ocorre em regiões de baixa densidade populacional
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Além de pagar pelos fundos
que subsidiam o programa Luz
para Todos, os consumidores
estão tendo de arcar com reajustes de tarifas maiores para
bancar os custos que as distribuidoras de energia têm com a
implantação do programa.
Entre 2006 e 2007, 35 distribuidoras tiveram reajustes de
energia mais altos por conta do
Luz para Todos. No total, a conta adicional para o consumidor
ficou em R$ 284 milhões. O aumento adicional chegou a 4,5%.
Esses reajustes se somam aos
valores que o consumidor já paga na sua conta de luz para bancar os fundos CDE (Conta de
Desenvolvimento Energético)
e RGR (Reserva Global de Reversão). Os recursos desses
fundos, geridos pelo governo
federal, bancam a maior parte
da implantação do programa.
Segundo cálculos dos distribuidores de energia, a CDE representa aproximadamente
1,5% da tarifa e a RGR, cerca de
1%. Em 2006, os consumidores
recolheram R$ 3,6 bilhões para
a CDE e a RGR, somadas.
O programa é custeado pelo
governo federal (CDE e RGR),
pelos Estados e pelas distribuidoras. A maior parte é recurso
federal: do total de R$ 7,52 bilhões já contratados pelo programa, R$ 5,33 bilhões (71%)
vêm dos fundos do governo.
Apesar dos subsídios, o Luz
para Todos gera custos extras
para o consumidor, que são repassados às tarifas. Isso porque, ao fazer novas ligações, as
distribuidoras aumentam seu
custo operacional. Ou seja, passam a gastar mais dinheiro para
manter o aumento da rede.
O custo é maior nas áreas
mais pobres do Norte e Nordeste, onde sai mais caro para a
distribuidora ligar um novo
consumidor, porque a densidade populacional é menor.
Na Eletroacre, o aumento do
Luz para Todos foi de 4,25%
-quase 30% do aumento total
da tarifa (15,58%) em 2006. Na
Cemar (MA), o programa causou aumento de 4,25%, ou
28,5% do reajuste total (14,9%).
O governo criou um grupo de
trabalho cujos estudos resultaram numa resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica que limita em 8% o impacto
do programa nos reajustes.
Para receber verbas do programa, as distribuidoras não
podem estar devendo os "encargos do setor" (custos que o
consumidor paga na tarifa e
que a distribuidora repassa ao
governo). Por isso houve dificuldade no cumprimento de
metas no Amapá, no Piauí, em
Rondônia e em Roraima.
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