|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PF faz devassa em contratos do Tocantins com a Funasa
Agentes vasculham secretaria dirigida pelo pai do governador do Tocantins
Procurador afirma que não há indícios do envolvimento do pai de Marcelo Miranda (PMDB) nas irregularidades; Funasa afasta coordenador
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PALMAS
A Polícia Federal prendeu
ontem dois engenheiros da Funasa (Fundação Nacional de
Saúde). Os agentes também
apreenderam documentos e
vasculharam computadores
nas sedes do órgão em Brasília
e em Palmas, em sete prefeituras do Tocantins e na Secretaria Estadual de Infraestrutura,
cujo titular é José Edmar Brito
Miranda, pai do governador
Marcelo Miranda (PMDB-TO).
A Operação Covil faz parte de
investigação da PF, em parceria
com a Controladoria Geral da
União e o Ministério Público
Federal, sobre suposto esquema que desviou R$ 3,8 milhões
da Funasa destinados a obras
de saneamento no Tocantins.
A CGU apontou indícios de
fraudes em licitações. Segundo
a PF, servidores da Funasa recebiam propinas e usavam firmas de fachada para mascarar
sua participação em obras.
Os convênios eram celebrados pela Funasa com o governo
estadual e as prefeituras. O procurador Rodrigo Luiz Bernardo
Santos diz que não há indícios
da participação de Brito Miranda ou de outros gestores da secretaria, mas que as irregularidades sugerem "anuência ou
conivência ou ainda total descontrole de seus funcionários"
pelos responsáveis pela pasta.
Os agentes da PF cumpriram
37 mandados de busca. Acusado de participar do esquema, o
coordenador regional da Funasa no Tocantins, João dos Reis
Ribeiro Barros, foi afastado por
determinação da 2ª Vara Federal do Estado, e Francisco de
Paula Vítor Moreira e Lázaro
Harley Assis foram presos. O
Ministério Público denunciou
à Justiça outras 12 pessoas.
O governo do Tocantins diz
esperar "que os fatos sejam esclarecidos" e, "havendo a comprovação de quaisquer irregularidades", que "todas as medidas cabíveis serão tomadas". A
Funasa diz que afastou seu
coordenador regional, suspendeu os repasses e bloqueou os
saldos das contas dos convênios. A Folha não localizou ontem os advogados dos presos.
Texto Anterior: Saúde: Alencar vai aos EUA tentar tratar câncer com droga experimental Próximo Texto: São Paulo: Promotoria pede rejeição de contas de Kassab e vereadores Índice
|