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Governador ataca Chávez em carta a Sarney
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em carta ao presidente do
Senado, José Sarney
(PMDB-AP), o governador
distrital de Caracas, Antonio
Ledezma, disse que, se o
Congresso brasileiro aprovar
a adesão na Venezuela no
Mercosul, abrirá um "precedente muito grave" porque o
presidente do seu país, Hugo
Chávez, "não crê nos princípios de mercado, no processo de integração e já insultou
o Senado brasileiro".
Em 2007, Chávez chamou
os senadores brasileiros de
"papagaios do império americano", por terem criticado
o fim da concessão do canal
de TV oposicionista RCTV.
Ledezma, opositor ferrenho de Chávez, disse que as
recentes ações do presidente
venezuelano "demonstram
uma escalada autoritária", o
que desrespeita a cláusula do
Mercosul de que os membros do bloco econômico devem ter como regime político a democracia.
Eleito em novembro, Ledezma teve sua gestão quase
esvaziada por Chávez, que
nomeou uma governadora
biônica para Caracas que ficou com 90% do Orçamento
da região metropolitana.
A Folha apurou que Sarney irá responder a carta
sem entrar no mérito. Apesar de ser contra a adesão da
Venezuela, avalia que não
pode se posicionar por ser
presidente do Senado.
A Comissão de Relações
Exteriores do Senado deve
votar nas próximas semanas
o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul. Somente depois disso o texto
segue para discussão final no
plenário, uma vez que já foi
aprovado pela Câmara.
O relator, senador Tasso
Jereissati (PSDB-CE), disse
que só irá apresentar seu parecer após receber informações do governo o resultado
das negociações técnicas para a incorporação do país na
união aduaneira, concluídas
ontem, em Salvador.
O presidente Lula anunciou ontem que houve avanço nessas negociações. Segundo ele, foi firmado acordo sobre o cronograma que
prevê a adesão da Venezuela
às tarifas comerciais padronizadas entre os países
membros do Mercosul.
A comissão está dividida,
mas a tendência é aprovar o
protocolo com reservas.
(AM)
Colaborou FABIANO MAISONNAVE, de Caracas
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