SILVIA FREIRE
LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, deve enfrentar resistências à sua candidatura na reunião de hoje da Executiva Nacional do partido, em Brasília, marcada para a escolha do seu vice. O ex-governador promete manter a candidatura, mas um grupo de deputados tentará reabrir o debate sobre a sua renúncia.
Garotinho atribuiu ao governo federal e ao PT as informações sobre uma eventual desistência sua. "Minha candidatura sofreu um ataque especulativo, uma manobra sórdida dos meus adversários tentando confundir a população. Eu sou candidato, vamos ganhar a eleição e mudar o Brasil", disse Garotinho ontem à tarde após o debate promovido pela Cbratur (Congresso Brasileiro da Atividade Turística), em Brasília.
Na maioria dos Estados a candidatura Garotinho vai trazer prejuízos eleitorais ao PSB, já que candidatos a deputado, a senador e a governador não poderão fazer coligações com partidos que têm candidato a presidente. Mas, mesmo os deputados que trabalharam pela retirada de sua candidatura, reconhecem que a renúncia é cada vez menos provável.
A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) afirmou que "não há mais tempo político para isso". O deputado Eduardo Campos (PSB-PE) afirmou que a retirada da candidatura só aconteceria por decisão do candidato. A Executiva não tem poderes para mudar decisão da convenção nacional do partido que oficializou a candidatura Garotinho no início do mês.
O ex-governador criou um novo atrito com o partido ontem ao menosprezar a possível indicação de Eduardo Campos -neto de Miguel Arraes, presidente Nacional do PSB- para o cargo de vice. "O neto dele não está nem cotado. Ele se ofereceu, mas não aceitamos", disse ao chegar ao Congresso. Cerca de duas horas depois, Garotinho refez a declaração, dizendo que o próprio Campos teria recusado a indicação.



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