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DEM pede que Renan deixe o cargo; PSOL mira em Roriz
Direção da sigla, que tem a segunda maior bancada do Senado, rejeita arquivar o caso
Além de pedir abertura de processo para investigar Roriz, PSOL promete fazer campanha "Fora Renan" a partir de amanhã na Casa
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na véspera de mais uma tentativa de votação do processo
no Conselho de Ética, a direção
do DEM pediu ontem oficialmente o afastamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do cargo
até o desfecho das investigações. Foi a primeira manifestação aberta de um partido sobre
o caso. O DEM possui a segunda maior bancada do Senado,
com 17 parlamentares -o
PMDB, de Renan, tem 20.
A decisão do partido foi
anunciada após reunião da
Executiva Nacional, em Brasília, que também cobrou a imediata nomeação de um novo relator para o processo contra
Renan no conselho e apuração
das denúncias contra outro senador peemedebista, o ex-governador Joaquim Roriz (DF).
Em nota, o presidente do
DEM, deputado Rodrigo Maia
(RJ), afirmou que é "imperativo o licenciamento" de Renan
"até que sejam concluídas, em
toda sua extensão, as investigações". "As acusações públicas
que pesam contra o presidente
do Senado e do Congresso estão maculando a imagem dessas instituições", diz a nota.
O conselho investiga a suspeita de que Renan teve despesas pessoais pagas por uma empreiteira. Ao longo das investigações também surgiram suspeitas de que apresentou notas
fiscais frias para comprovar a
venda de gado - o que teria lhe
dado condições financeiras de
arcar com as despesas.
A nota do DEM diz que é "incompatível com a imagem do
Congresso a não apuração tempestiva, correta e conclusiva"
do processo no conselho.
A portas fechadas, houve um
embate. Os deputados do DEM
cobraram que o teor da nota
fosse duro. Já parte dos senadores era contra a exigência do
afastamento de Renan.
Líder do partido no Senado,
José Agripino Maia (RN) afirmou que caso o relatório que
pede o arquivamento do processo seja colocado em votação
hoje, os três integrantes do
DEM votarão contra. "É um relatório inócuo, não tem cabimento querer votá-lo", disse.
Agripino criticou Sibá Machado (PT-AC), que deixou a
presidência do Conselho de
Ética ontem, por querer forçar
a votação hoje: "O governo e o
PT estariam colocando sua digital no arquivamento do caso".
Representação
Paralelamente, o PSOL
anunciou que entrará amanhã
com uma representação no
Conselho de Ética contra o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF). Se aceito, o trâmite é similar ao de Renan e pode culminar em cassação do mandato.
Roriz foi flagrado em escutas
telefônicas autorizadas pela
Justiça negociando a partilha
de dinheiro de origem ignorada
com o ex-presidente do BRB
(Banco de Brasília) Tarcísio
Franklin de Moura -suspeito
de ter desviado R$ 50 milhões
do BRB. Roriz nega que o dinheiro citado seja público.
Como o PSOL teme que o
processo contra Roriz ofusque
o de Renan, a sigla dará início à
campanha "Fora, Renan".
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