São Paulo, quarta-feira, 27 de junho de 2007

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Empresário foi catador de lenha em Minas

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A presença dos quatro filhos de Constantino de Oliveira, 76, no ranking das pessoas mais ricas do mundo da revista Forbes dá a dimensão do patrimônio acumulado por ele desde que Nenê, como é conhecido, começou sua vida profissional como catador de lenha na cidade de Patrocínio, Minas Gerais.
Filho de um sitiante da cidade mineira, comprou um caminhão velho em 1948 para levar uma carga de manteiga para Recife. Voltou transportando pessoas na carroceria, vendeu o caminhão e comprou duas jardineiras (veículo de transporte de passageiros) para abandonar o transporte de cargas e se dedicar ao de passageiros.
A partir daí, passou a comprar pedaços de empresas de ônibus em dificuldades. Atualmente o grupo Áurea é um dos maiores no ramo de transporte da América Latina, e possui mais de 30 empresas de ônibus, entre elas a Planeta e a Breda.
Em 2000 teve a idéia de investir em companhia aérea. O plano inicial era comprar a Transbrasil, mas acabou optando por fundar a Gol, que iniciou suas operações em 2001 e hoje possui 40,8% dos vôos domésticos. Os negócios continuam em expansão. Nesta semana, o Áurea adquiriu a viação Penha. A família estaria entrando na telefonia celular.
Hoje, Nenê não possui nada em seu nome: em 1995, o empresário repartiu o patrimônio entre os filhos. Quatro deles (Joaquim, Constantino Júnior, Ricardo e Henrique) ficaram com as empresas de São Paulo. Três filhas ficaram com empresas de transporte em Brasília, além de shoppings e hotéis.
As empresas de Nenê foram investigadas pelo fisco. Em 2001, o INSS conduziu investigação das companhias de ônibus da família -na época, o cálculo era que as dívidas seriam de cerca de R$ 240 milhões.
Outra polêmica envolvendo o empresário foi o fato de seu nome constar em cadastro de empregador que explora trabalho "escravo". Isso acontecia em uma fazenda da qual era sócio. Nenê disse que desconhecia a situação e que deixou a sociedade.
Nenê e Joaquim Roriz (PMDB-DF) são amigos "de ir à missa juntos", como costuma afirmar o senador. Quando a Gol comprou a Varig, em maio deste ano, Roriz sabia do negócio com meses de antecedência.


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