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Empresário foi catador de lenha em Minas
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A presença dos quatro filhos de Constantino de Oliveira, 76, no ranking das pessoas mais ricas do mundo da
revista Forbes dá a dimensão
do patrimônio acumulado
por ele desde que Nenê, como é conhecido, começou
sua vida profissional como
catador de lenha na cidade
de Patrocínio, Minas Gerais.
Filho de um sitiante da cidade mineira, comprou um
caminhão velho em 1948 para levar uma carga de manteiga para Recife. Voltou
transportando pessoas na
carroceria, vendeu o caminhão e comprou duas jardineiras (veículo de transporte
de passageiros) para abandonar o transporte de cargas e
se dedicar ao de passageiros.
A partir daí, passou a comprar pedaços de empresas de
ônibus em dificuldades.
Atualmente o grupo Áurea é
um dos maiores no ramo de
transporte da América Latina, e possui mais de 30 empresas de ônibus, entre elas a
Planeta e a Breda.
Em 2000 teve a idéia de investir em companhia aérea.
O plano inicial era comprar a
Transbrasil, mas acabou optando por fundar a Gol, que
iniciou suas operações em
2001 e hoje possui 40,8% dos
vôos domésticos. Os negócios continuam em expansão. Nesta semana, o Áurea
adquiriu a viação Penha. A
família estaria entrando na
telefonia celular.
Hoje, Nenê não possui nada em seu nome: em 1995, o
empresário repartiu o patrimônio entre os filhos. Quatro deles (Joaquim, Constantino Júnior, Ricardo e Henrique) ficaram com as empresas de São Paulo. Três filhas
ficaram com empresas de
transporte em Brasília, além
de shoppings e hotéis.
As empresas de Nenê foram investigadas pelo fisco.
Em 2001, o INSS conduziu
investigação das companhias
de ônibus da família -na
época, o cálculo era que as dívidas seriam de cerca de
R$ 240 milhões.
Outra polêmica envolvendo o empresário foi o fato de
seu nome constar em cadastro de empregador que explora trabalho "escravo". Isso acontecia em uma fazenda
da qual era sócio. Nenê disse
que desconhecia a situação e
que deixou a sociedade.
Nenê e Joaquim Roriz
(PMDB-DF) são amigos "de
ir à missa juntos", como costuma afirmar o senador.
Quando a Gol comprou a Varig, em maio deste ano, Roriz
sabia do negócio com meses
de antecedência.
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