São Paulo, sábado, 27 de junho de 1998

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GOVERNO
Programa de emprego é mudado
Aumenta número de contratos do Proger

CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local

O número de contratos do Proger (Programa de Geração de Emprego e Renda) assinados pelo Banco do Brasil em São Paulo aumentou 550% no mês de junho em relação a maio.
O crescimento ocorreu um mês depois de pesquisa Datafolha ter indicado queda nas intenções de voto no presidente Fernando Henrique Cardoso. Um dos principais fatores de insatisfação da população era justamente o aumento do desemprego.
Do início do mês até anteontem, foram firmados 1.209 contratos, praticamente o dobro dos 601 assinados durante todo o ano de 97 em São Paulo. Entre janeiro e maio, foram aprovados 677 projetos, no valor de R$ 10,3 milhões.
Os contratos assinados em junho somam R$ 21,3 milhões e, segundo estimativa do Banco do Brasil, devem gerar 3.422 empregos, dos quais 840 indiretos.

Projeto de 95
O Proger foi criado em 95 para financiar a criação e o funcionamento de micro e pequenas empresas e cooperativas. Até o dia 31 de maio, o programa havia liberado, em todo o país, R$ 388,1 milhões. O governo estima que foram criados 262 mil empregos.
O ministro do Trabalho, Edward Amadeo, e o presidente do Banco do Brasil, Paulo Cesar Ximenes, afirmaram ontem que o crescimento do número de contratos não tem relação com a performance do presidente nas pesquisas eleitorais.
Os dois participaram de solenidade na qual foram anunciadas mudanças na gestão do Proger, com o objetivo de facilitar a concessão de financiamentos.
Entre elas, está o convênio que vai permitir a utilização do fundo de aval do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) nos financiamentos dados pelo BB às empresas de pequeno porte.
Segundo o diretor-presidente do Sebrae, Mauro Durante, o fundo de aval garante até 50% do empréstimo, no limite de R$ 72 mil, e é constituído com recursos orçamentários do Sebrae.
Outra iniciativa é a criação de balcões no BB para atendimento exclusivo do Proger. Os balcões já existem em Belo Horizonte e serão criados no Rio e em São Paulo.
O BB também fará o treinamento de funcionários encarregados da análise de projetos apresentados ao Proger.
Na solenidade de ontem ainda foi assinado convênio entre o BB e o governo de São Paulo para a concessão de apoio técnico às iniciativas financiadas pelo Proger.
O Proger utiliza recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Segundo Ximenes, não há avaliações sobre o impacto das mudanças anunciadas ontem sobre o crescimento no número de projetos aprovados.



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