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FHC deveria convocar oposição, diz petista
DA REPORTAGEM LOCAL
Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência, afirmou
ontem que a convocação de postulantes ao Planalto para discutir
compromissos econômicos deveria ser feita pelo presidente da República, não por integrantes do
Fundo Monetário Internacional.
"Se alguém tiver que falar conosco, deve ser o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso, e não uma diretora do FMI",
declarou, em referência à vice-diretora-gerente do Fundo, Anne
Krueger. "Ela precisa saber que
temos um governo constitucional
até 31 de dezembro de 2002, de
quem é a responsabilidade de toda decisão para assinar ou não os
acordos que o Brasil precisar, seja
com o FMI ou qualquer outra instituição internacional. Então, nós
da oposição, só temos de decidir
se ganharmos a eleição."
O candidato petista diz que estaria disposto a discutir políticas
de transição depois de outubro, se
eventualmente for eleito.
"Se ganharmos, a partir de outubro, aí sim, nessa política de
transição, estamos dispostos a
sentar na mesa e discutir o que vai
acontecer com o país a partir de 1º
de janeiro de 2003. Mas, antes disso, não só o atual governo não iria
gostar, como da nossa parte poderia parecer presunção. Então
precisamos esperar", declarou
Lula, em entrevista na sede de seu
comitê eleitoral em São Paulo.
O petista comentou o fato de a
cotação do dólar ter passado nesta semana para a faixa de R$ 3.
"Aconteceu o que anunciamos há
45 dias, quando alguém do governo tentou colocar a responsabilidade do risco Brasil por uma vitória do PT. É a bomba do Riocentro que eu disse que explodiria no
colo deles. Hoje se constata que o
problema da crise econômica,
embora grave no Brasil, também
vem da crise da economia americana", declarou.
Lula comentou a liberação de
dinheiro do Fundo de Amparo ao
Trabalhador pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para a
criação de novos empregos. "Poderia ter feito isso antes, não a seis
meses da eleição. Mas é melhor
que faça, mesmo que possa parecer que seja apenas para beneficiar seu candidato a presidente."
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