São Paulo, sábado, 27 de julho de 2002

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FHC deveria convocar oposição, diz petista

DA REPORTAGEM LOCAL

Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência, afirmou ontem que a convocação de postulantes ao Planalto para discutir compromissos econômicos deveria ser feita pelo presidente da República, não por integrantes do Fundo Monetário Internacional.
"Se alguém tiver que falar conosco, deve ser o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso, e não uma diretora do FMI", declarou, em referência à vice-diretora-gerente do Fundo, Anne Krueger. "Ela precisa saber que temos um governo constitucional até 31 de dezembro de 2002, de quem é a responsabilidade de toda decisão para assinar ou não os acordos que o Brasil precisar, seja com o FMI ou qualquer outra instituição internacional. Então, nós da oposição, só temos de decidir se ganharmos a eleição."
O candidato petista diz que estaria disposto a discutir políticas de transição depois de outubro, se eventualmente for eleito.
"Se ganharmos, a partir de outubro, aí sim, nessa política de transição, estamos dispostos a sentar na mesa e discutir o que vai acontecer com o país a partir de 1º de janeiro de 2003. Mas, antes disso, não só o atual governo não iria gostar, como da nossa parte poderia parecer presunção. Então precisamos esperar", declarou Lula, em entrevista na sede de seu comitê eleitoral em São Paulo.
O petista comentou o fato de a cotação do dólar ter passado nesta semana para a faixa de R$ 3. "Aconteceu o que anunciamos há 45 dias, quando alguém do governo tentou colocar a responsabilidade do risco Brasil por uma vitória do PT. É a bomba do Riocentro que eu disse que explodiria no colo deles. Hoje se constata que o problema da crise econômica, embora grave no Brasil, também vem da crise da economia americana", declarou.
Lula comentou a liberação de dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para a criação de novos empregos. "Poderia ter feito isso antes, não a seis meses da eleição. Mas é melhor que faça, mesmo que possa parecer que seja apenas para beneficiar seu candidato a presidente."


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