São Paulo, sábado, 27 de julho de 2002

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GOVERNADORES

Governador alega dificuldades de Minas como justificativa

Itamar diz que não seguirá Aécio

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Um dia após ter dito ao PT que está impedido de fazer campanha para o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, ao menos em agosto, fato que causou frustração na cúpula petista, o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (sem partido), anunciou ontem que também não viajará no próximo mês com Aécio Neves (PSDB), presidente da Câmara e candidato ao governo mineiro.
A justificativa de Itamar são as dificuldades financeiras do Estado, que o obrigam a se manter na sede do governo.
Na nota que divulgou ontem, ele critica a "inércia" do governo federal por não ter atendido até agora "aos pleitos legais e contratuais de Minas" -que reivindica cerca de R$ 2 bilhões em créditos que julga ter direito- e atribui os problemas de caixa à "incompreensão" da gestão Fernando Henrique Cardoso.
Na nota, Itamar diz que comunicou isso ao seu "amigo" José Dirceu, presidente do PT, e que fará o mesmo com Aécio, que estava ontem na Argentina -ele teve que deixar o país para não ter que assumir a Presidência da República e ficar inelegível, em virtude da viagem de FHC.
Os gestos políticos de Itamar, mais uma vez, geram dúvidas, embora ao menos seu apoio a Aécio seja determinado. Ele mesmo lembrou isso ao encerrar a nota de ontem -"Não custa recordar, neste caso, o impulso que demos à candidatura do deputado ao governo de Minas desde o seu lançamento".
Persiste a dúvida quanto a Lula. Na nota, Itamar não reafirmou o voto no petista; na quarta, em Belo Horizonte, ele se encontrou com o presidenciável Ciro Gomes (PPS); e o secretário de Governo, Henrique Hargreaves, trabalha para o candidato do PPS.
O ex-embaixador José Aparecido de Oliveira, assessor especial do governo mineiro e amigo de Itamar, também apóia Ciro.
Ele disse ontem à Agência Folha que o seu filho José Fernando, prefeito de Conceição do Mato Dentro, pediu licença a Itamar para apoiar Ciro e Aécio, liderando uma dissidência no PMDB, que tem como candidato ao governo o vice-governador Newton Cardoso. Itamar aprovou.
Indagado se Itamar pode apoiar Ciro, José Aparecido disse que não falaria sobre isso porque não esteve com o governador -"que é cioso dos seus compromissos"-, e, por isso, não conhecia o compromisso dele.


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