DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O presidenciável Ciro Gomes (PPS) criticou ontem a proposta do adversário José Serra (PSDB), de criar uma Polícia Federal fardada para combater o crime organizado. O governo FHC encampou a idéia, criando uma guarda da PF em medida provisória. "É um equívoco grosseiro", afirmou o candidato, ao falar sobre segurança a empresários, no debate de ontem, em Curitiba.
Ele se disse a favor do aumento do número de policiais federais, mas defendeu que o crime organizado "só se combate com inteligência". Ciro afirmou que pretende construir, se eleito, presídios em regiões inóspitas, "onde a comunicação entre os presos não exista".
Para o candidato, fardar parte dos policiais federais de nível médio criaria um problema futuro "desastroso" em caso de reunificação. Referia-se aos conflitos que ocorrem entre as polícias Civil e Militar.
Ciro disse pretender, ainda, "federalizar" crimes como sequestro, contrabando, financeiro e contra a administração pública, em qualquer nível.
Depois de almoçar com os empresários, o candidato iniciou uma caminhada pelo centro de Curitiba, mas abandonou o percurso, descontente com a desorganização.
A duas quadras da Boca Maldita -tradicional calçadão na capital paranaense-, tomou um táxi, deixando para trás o candidato ao governo Alvaro Dias (PDT). Ciro disse a jornalistas que temia haver confusão. "Vi uma criança num carrinho que poderia ser envolvida no tumulto", afirmou.
Os apoiadores de Dias levaram para a rua cerca de 400 militantes. A militância se concentrou em cima de Ciro, impedindo que transeuntes se aproximassem. Foi o que irritou o candidato. Não era possível sequer vê-lo à distância.
Dias terminou a caminhada até a Boca Maldita, para só então seguir ao aeroporto, de onde os dois seguiram para um comício em Telemaco Borba, no centro do Paraná.
Ciro passou o dia de ontem em campanha no Estado. A agenda terminaria com um comício à noite, em Foz do Iguaçu. Sua namorada, Patrícia Pillar, não participou da viagem.



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