São Paulo, sábado, 27 de julho de 2002

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QUESTÃO AGRÁRIA

Governo suspende negociação com MST

Sem-terra ligados ao MST fazem reféns na sede do Incra em Alagoas

DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pelo menos 15 funcionários da seção alagoana do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em Maceió, foram mantidos ontem reféns por cerca de 500 sem-terra. Entre os reféns, estava o superintendente do órgão, José Quixabeira Neto.
Devido à invasão, o Ministério do Desenvolvimento Agrário suspendeu ontem as negociações com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), com a CPT (Comissão Pastoral da Terra) e com MT (Movimento dos Trabalhadores) em todo o país. Segundo nota oficial divulgada no início da noite, as organizações também serão punidas com a suspensão de créditos "de qualquer natureza a entidades ligadas a esses movimentos".
Os sem-terra ligados às três organizações invadiram a sede do Incra por volta das 10h, segundo a Polícia Militar. A Justiça Federal em Alagoas emitiu uma ordem de despejo, logo após a invasão dos sem-terra. Por volta das 22h, os reféns, incluindo o superintendente do órgão, foram libertados.
Somente a partir das 18h começaram as negociações com policiais federais e militares e integrantes do governo do Estado.
Foi decidido que os manifestantes iriam libertar os reféns e ficar acampados em frente ao prédio do órgão até que a presidência do Incra, em Brasília, se manifestasse sobre a substituição ou não de Quixabeira -como os sem-terra exigiam. Até lá, nenhuma exigência será atendida.
Logo após a invasão, a Justiça Federal em Alagoas emitiu uma ordem de despejo. Apesar do clima tenso, não houve feridos e as polícias militar e civil não precisaram intervir. Segundo a polícia, os sem-terra estavam armados com pedaços de pau.



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