São Paulo, terça-feira, 27 de julho de 2004 |
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LAVOURA ARCAICA Segundo a polícia, crime em Unaí foi encomendado por fazendeiro PF prende suspeitos de matar fiscais
IURI DANTAS DA SUCURSAL DE BRASÍLIA PAULO PEIXOTO DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE A Polícia Federal prendeu, entre ontem e anteontem, seis suspeitos de matar três fiscais do Ministério do Trabalho e o seu motorista, em Unaí (MG), no dia 28 de janeiro. Um deles confessou ter sido contratado para cometer o crime. O caso, de repercussão nacional, completará amanhã seis meses. Segundo a PF, as mortes foram encomendadas por um fazendeiro da região, em retaliação às multas trabalhistas aplicadas pelos fiscais. O mandante ainda não foi preso. Seu nome aparece em interceptações telefônicas feitas pela PF com autorização judicial, mas, até a conclusão desta edição, nenhum dos suspeitos havia formalizado o envolvimento dele. Foram presos anteontem Francisco Elder Pinheiro, que confessou, Erinaldo de Vasconcelos Silva, 41, Rogério Alan Rocha Rios, 24, e William Gomes de Miranda, 22, que, ao depor, negaram participação direta. Ontem, foram presos Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro. Os mortos foram João Batista Soares Lage, Erastótenes de Almeida Gonçalves e Nelson José da Silva e Ailton Pereira de Oliveira. O caso começou a ser desvendado com a prisão de Pinheiro, suspeito de três outros homicídios. Ele contou o que fez com o relógio e o celular de um dos fiscais, as armas e o carro usado na chacina. Segundo a PF, Pinheiro fez o contato entre os assassinos e um emissário do fazendeiro. A Folha não conseguiu falar com os advogados dos suspeitos ontem. Ao depor, Pinheiro disse que, ainda em janeiro, jogou o relógio no vaso sanitário de sua casa e deu a descarga. Investigadores vasculharam a fossa e encontraram o relógio ontem. A PF também tentava localizar as armas do crime, jogadas, segundo o depoimento, no lago Paranoá, em Brasília. O carro usado teria sido entregue na mesma cidade em que havia sido roubado. A Polícia Civil localizou o veículo e o devolveu ao dono. Em Minas, quem falou sobre as prisões foi a procuradora Miriam Lima. Ela, porém, não citou nenhum nome, mas informou que há outros mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal em Minas. A prisão do mandante ainda não foi decretada. Lima revelou que foi R$ 27 mil ou R$ 28 mil o valor recebido pelos executores dos crimes, e que "um dos pontos de partida" para a PF foi o livro de registro de um hotel em Unaí, onde os supostos pistoleiros se hospedaram. Texto Anterior: Campo minado: MST ocupa Incra por 3 horas em Fortaleza Próximo Texto: Panorâmica - Investigação: Mellão volta a acusar Maluf de desvio de verba pública Índice |
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