São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 2005

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PAINEL

Risco sistêmico
Henrique Meirelles, procurou o presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral (PT-MS), para pedir que ele recebesse a diretoria do Banco Rural. O presidente do BC acha que o risco de a instituição financeira quebrar já afeta o sistema financeiro.

Espantalho
Analistas de mercado temem que a quebra do segundo banco "médio" em pouco tempo -o primeiro foi o Banco Santos- leve grandes investidores a fugir desse tipo de instituição, de perfil mais agressivo.

Fonte secando
Outro temor do mercado é que a suspeita de triangulação política na escolha do BMG para iniciar o programa de crédito consignado possa terminar com a modalidade de empréstimo, que alavancou o crescimento de instituições de médio porte.

Todo ouvidos
Preocupado com os apelos que tem recebido, Delcídio deve se reunir hoje com o advogado do Rural, o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias.

Linha cruzada
Os dados referentes ao sigilo telefônico de Marcos Valério chegaram à CPI em CDs. Junto foi enviado um programa para que os dados possam ser acessados, mas os técnicos imaginam que os cruzamentos de informações ainda vão demorar.

Reality show
O novo graal perseguido por jornalistas e parlamentares da CPI dos Correios são fitas de vídeo que estariam circulando no mercado, fruto de circuitos de segurança de hotéis, com encontros entre Marcos Valério, Delúbio Soares e José Dirceu.

Pombo-correio
Parlamentares da CPI dizem que o depoimento de Renilda, mulher de Marcos Valério, ontem foi repleto de recados, não apenas a José Dirceu. Ela também mandou sinais de alerta aos sócios do empresário e ao PSDB.

Linha de cintura
Apesar do tom indignado com que o senador Eduardo Azeredo (MG) foi à tribuna do Senado negar o recebimento de recursos do empresário Marcos Valério, nove entre dez tucanos defendem o afastamento dele da presidência do PSDB. "Para que se defenda", argumentam.

Concílio
Colhido em cheio pelas denúncias envolvendo Azeredo e outros tucanos de Minas Gerais, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se encontrou ontem, para conversa anteriormente agendada, com os líderes Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Agripino (PFL-RN).

Um pelo outro
Em troca da dissolução do Campo Majoritário, representantes da maioria petista tentam fazer a esquerda aceitar o adiamento da eleição direta do partido. Argumentam que em setembro as cassações de petistas deverão estar no "auge". Por enquanto, a tese não colou.

Tarso é nosso rei
A estratégia da oposição ao Campo Majoritário é incentivar o que eles chamam de processo de autodestruição do PT. Para isso, a ordem é encher de elogios a nova direção partidária, disposta a jogar o grupo do ex-ministro José Dirceu aos leões.

Entre os seus
Olívio Dutra será recebido com festa pelo PT gaúcho na sexta-feira, quando retornará a Porto Alegre após ter sido dispensado por Lula. Militantes irão recepcioná-lo no aeroporto. O ex-ministro das Cidades será lançado para o comando do Diretório Estadual do partido.

Visita à Folha
Antonio Funari Filho, ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Wagner Bucheb, assessor.

TIROTEIO

Da deputada Denise Frossard (PPS-RJ), da CPI dos Correios, sobre a mulher de Marcos Valério, Renilda Santiago de Souza, ter se apresentado à comissão como "do lar":
-De Amélia ela não tem nada. Quando Renilda fala dos contratos, você vê que ela é perspicaz e sabia o que se passava. Estava instruída por uma tese, mas uma tese equivocada.

CONTRAPONTO

Funcionário de carreira

Nas negociações para compor o segundo governo Mario Covas (1999-2002) em São Paulo, o PL pleiteava a pasta da Agricultura, mas o tucano foi claro:
-Não dá, o que posso oferecer é a Fundação Zoológico.
A proposta foi levada a Arthur Alves Pinto, principal nome do partido na Assembléia:
-Só aceitamos se o Virgulino for mantido no Zôo-, respondeu ele, e os emissários do PL voltaram ao Bandeirantes.
No palácio, o governo foi informado da condição. O secretário que negociava em nome de Covas passou a mão no telefone e ligou para o Zoológico:
-Olha, o comando da fundação vai mudar, mas o Virgulino terá de ser mantido, tudo bem?-, disse ele ao diretor.
Do outro lado da linha, o homem foi taxativo:
-É claro, nunca pensamos em tirar o gorila daqui!
Virgulino morreu neste ano.


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