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R$ 500 mil eram de patrocínio dos Correios, diz Abong
DA REPORTAGEM LOCAL
A Abong (Associação Brasileira
de Organizações Não-Governamentais) informou ontem que os
R$ 500 mil recebidos pela entidade da SMPB Comunicação, agência de publicidade do empresário
mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, são referentes a contrato dos Correios para patrocínio
do Fórum Social Mundial, edições de 2004 e 2005.
A SMPB, empresa no centro do
escândalo de repasse de dinheiro
a políticos da base aliada, era desde 2003 até julho deste ano uma
das agências de publicidade contratadas pelos Correios. O registro
da transferência à Abong consta
dos relatórios financeiros da empresa que estão em poder da CPI
dos Correios.
"Como era verba de patrocínio
e publicidade, o dinheiro foi repassado pela SMPB. Mas nossos
contratos todos foram feitos com
os Correios", disse a diretora de
desenvolvimento institucional da
entidade, Taciana Gouveia.
A Abong é responsável pela organização e gestão do fórum social, que reúne ONGs e movimentos sociais há cinco anos.
Gouveia enviou à reportagem
dois comprovantes de transferências interbancárias da SMPB à
conta da Abong: foram repassados R$ 100 mil em fevereiro de
2004 e R$ 400 mil em março de
2005. A verba, disse ela, em 2004,
quando o evento foi na Índia, pagou a impressão de 10 mil folhetos
e a exibição do logotipo da estatal
no site do fórum. Em 2005, o dinheiro pagou, segundo Gouveia,
entre outros fins, 150 flâmulas,
um estande e a inserção do logotipo nas transmissões do evento em
Porto Alegre.
Em nota, a entidade se diz "perplexa" e afirma não ter responsabilidade sobre a relação entre os
Correios e a empresa de publicidade de Valério: "O apoio do governo federal ao Fórum Social
Mundial foi determinado pelo senhor presidente da República e
foi viabilizado através de interlocução da Abong com a Secretaria
Geral da Presidência da República, sem qualquer tipo de intermediação. Como organização e como cidadãos e cidadãs queremos
crer que não andamos em más
companhias".
O governo federal deu ao fórum, em 2005, segundo a Abong,
cerca de R$ 5 milhões, entre convênio com o Ministério do Turismo e patrocínios do Banco do
Brasil, da Caixa Econômica Federal e dos Correios. Ontem, questionada, a entidade não informou
se demais cotas de patrocínio de
estatais foram repassadas à entidade por meio de agências.
Em 2003, a SMPB venceu licitação para gerenciar um terço da
verba de publicidade dos Correios
(R$ 72 milhões). Em 15 de julho,
após o escândalo, a estatal suspendeu o contrato por 120 dias.
(FLÁVIA MARREIRO)
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