FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Classificado de "pólvora pura" pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), o material remetido pelo STF à Polícia Federal e à CPI dos Correios não contém a lista detalhada de possíveis congressistas beneficiados com os saques milionários realizados nas contas das empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza.
Na CPI e na PF, dava-se como certa a existência de tal lista. Como não apareceu, há suspeitas de que possa ter sido extraviada no manuseio nas últimas duas semanas -quando o material foi apreendido e circulou em instâncias do Poder Judiciário e na Procuradoria Geral da República.
A Folha manuseou ontem à noite os 43 volumes com as cerca de 12 mil páginas do material remetido pelo STF. Há detalhamento de muitas operações realizadas na boca do caixa e já divulgadas.
Até o momento, a CPI dispõe de cópias de cheques e de carteiras de identidade dos sacadores, entre eles o deputado Josias Gomes (PT-BA). Há também muitos comunicados enviados por fax de Belo Horizonte para Brasília especificando essas operações.
A autora da maioria dos comunicados é Geiza Dias dos Santos, funcionária da agência SMPB. Ela sempre manda um aviso à agência do Rural em Brasília para que o dinheiro dos saques fique à disposição. A expectativa da CPI era de que esse material trouxesse uma lista com os nomes de quem teria recebido o dinheiro sacado em grandes quantias no Rural.
No material manuseado pela Folha, entretanto, só há a comprovação de que Simone fez os saques. A diferença é que a documentação enviada do STF contém os faxes de Geiza solicitando a reserva dos valores em dinheiro.


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