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Previ decide tirar Pizzolato da Embraer
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
O conselho deliberativo da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) decidiu
afastar seu ex-presidente Henrique Pizzolato do conselho de administração da Embraer, onde ele
ocupa uma das duas cadeiras destinadas ao fundo, um dos maiores
acionistas da fabricante de jatos.
Pizzolato deixou a presidência do
conselho deliberativo da Previ no
dia 15 de julho, após denúncias de
envolvimento dele no escândalo
do "mensalão".
De acordo com a assessoria da
Previ, o afastamento de Pizzolato
do conselho de administração da
Embraer foi decidido na semana
passada e atendeu a pedido da direção do próprio fundo, que tem à
frente Sérgio Rosa. Em entrevista
à Folha no último domingo, Pizzolato acusou a direção da Previ
de atender a interesses do governo federal, o que Rosa nega. Ambos são filiados ao PT.
A Embraer informou que não
comentaria o assunto. A reportagem entrou em contato com o advogado de Pizzolato, Mário de
Oliveira Filho, que afirmou que
consultaria o cliente e retornaria a
ligação, o que não aconteceu até o
fechamento desta edição.
A Previ não informou quem será o substituto de Pizzolato na
Embraer. O fundo possui dois assentos na direção da empresa -o
outro é ocupado por Luiz Carlos
Siqueira Aguiar, diretor de investimentos da Previ, e atual presidente do conselho de administração da Embraer. O fundo tem ainda uma de suas gerentes, Celene
Carvalho de Jesus, entre os conselheiros fiscais da fabricante.
A Previ detém 20% das ações
ordinárias da Embraer e é o maior
acionista da empresa, ao lado da
Cia. Bozano e da Sispel. O fundo
administra patrimônio de R$ 70
bilhões e é considerado o maior
investidor individual do país.
Pizzolato foi indicado para o
conselho da Embraer em 2003. O
mandato terminaria em 30 de
abril de 2007. No dia 15, o petista,
que ocupava o cargo de diretor de
Marketing e Comunicação do
Banco do Brasil, pediu aposentadoria e, automaticamente, perdeu
a presidência do conselho deliberativo da Previ.
Segundo a assessoria da Previ,
mesmo aposentado Pizzolato poderia permanecer no conselho de
administração da Embraer. A decisão de afastá-lo do cargo, então,
partiu da direção do fundo e foi
referendada pelo conselho.
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