São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 2006

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Em nota, Kapaz se diz surpreendido e nega envolvimento com sanguessugas

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia depois de sua ex-mulher admitir ter recebido um depósito atribuído à empresa Planam, o empresário e ex-deputado Emerson Kapaz divulgou ontem nota em que nega envolvimento com a máfia dos sanguessugas.
Dizendo-se surpreendido com a inclusão de seu nome entre os investigados pela CPI, Kapaz, que é presidente licenciado do Etco (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial), afirma ter "consciência tranqüila de que a verdade sempre prevalecerá".
Na nota, ele reclama da falta de acesso ao depoimento do empresário Luiz Alberto Vedoin. "Sem a possibilidade de defesa, pois o processo corre em sigilo de justiça, quero desmentir qualquer intermediação com prefeitos em troca de benefícios ou negociações com a empresa citada", diz.
Entre 2001 e 2002, Kapaz apresentou 13 emendas para compra de ambulâncias. Todas seriam destinadas a municípios do interior de São Paulo.
Kapaz teria indicado cinco contas para que fosse depositada a comissão cobrada pela liberação de suas emendas, segundo a revista "Veja". Laura Hosiasson, ex-mulher do empresário, confirmou à Folha a existência de depósito atribuído à empresa Planam.
Uma emenda de 2002, destinada à compra de seis ambulâncias, foi orçada em R$ 742.500. Ela se destinaria à Associação Beneficente e Promocional Belém, em São Paulo. Ao longo de 2003, segundo a ONG Contas Abertas (www.contasabertas.com), esta emenda acabou sofrendo um remanejamento e teve seu valor reduzido para R$ 593.818. Este valor acabou sendo pago, mas em 2004, à associação em questão. A Folha não apurou se as outras emendas foram pagas.
Leia a íntegra da nota divulgada por Kapaz:
  "Fui surpreendido por reportagem sobre a chamada "Mafia dos Sanguessugas, publicada na edição nš 1966 de 26 de julho, da revista "Veja", envolvendo meu nome no período que exerci mandato parlamentar na Câmara dos Deputados (de 1998 a 2002). Sem a possibilidade de defesa, pois o processo corre em sigilo de justiça, quero desmentir qualquer intermediação com prefeitos em troca de benefícios ou negociações com a empresa citada. Me posicionarei tão logo tenha acesso às informações contidas no depoimento. Desde já quero dizer que estou com a consciência tranqüila de que a verdade sempre prevalecerá e não abrirei mão da luta em defesa da minha honra.
Emerson Kapaz
São Paulo, 26 de julho de 2006"


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