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ELEIÇÕES 2006
Alckmin diz que campanha tende a ficar mais agressiva
Candidato lembra velhinha
de Taubaté para criticar Lula
CATIA SEABRA
ENVIADA ESPECIAL A PORTO VELHO (RO)
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, avisou ontem que a campanha ficará mais agressiva com o calor
da disputa. Numa viagem marcada pela escassez material,
Alckmin disse, em Porto Velho,
que "até a velhinha de Taubaté
sabe que Lula sabia [do mensalão]". "Não dá para não saber o
que estava na sala ao lado", afirmou Alckmin, numa referência
à desinformada personagem de
Luis Fernando Veríssimo.
Ao citar o indiciamento de
Humberto Costa, ex-ministro
da Saúde e candidato petista ao
governo de Pernambuco, Alckmin disse que o "o governo foi
contaminado pelo desvio de dinheiro público". "Tem roubo
no Ministério da Saúde. Tem
roubo no Ministério da Ciência
e Tecnologia, fazenda superfaturada no Incra. Está contaminado", acusou, horas antes de
reafirmar que o governo incentiva invasões ao financiar o Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem-Terra (MST).
Alckmin sinalizou com a adoção de um tom mais contundente em campanha ao responder àqueles que cobram um
discurso mais incisivo na TV.
"A campanha está esquentando
e agora está pegando ritmo."
O tucano condenou a impunidade, citando como exemplo
os mensaleiros que concorrem
à reeleição. Mas, pisando em
Rondônia, onde 22 dos 24 deputados estaduais são acusados
de fraudes que incluem obras
superfaturadas e uma folha de
pagamentos paralela, Alckmin
teve sua visita blindada. Apesar
de apoiar oficialmente o senador Amir Lando (PMDB) ao governo do Estado, nenhum deputado estadual do PMDB foi
convidado para a carreata. O
carro de um deles chegou a engrossar o ato, mas foi retirado
do aeroporto pouco antes do
desembarque. A idéia era livrar
o candidato do constrangimento de ser surpreendido por investigados num corpo-a-corpo.
O coordenador da campanha
no Estado, Hamilton Casara,
disse que impôs um "freio" à
aproximação de Alckmin com o
governador Ivo Cassol (PPS),
candidato à reeleição. Por ser
do PPS, Cassol integra a base de
apoio do tucano. "O público dele [do agronegócio] está com
Alckmin", afirmou Casara.
A campanha de Alckmin, porém, considera o apoio de Cassol perigoso. O vice na chapa de
Cassol, o ex-chefe da Casa Civil,
Carlos Magno Ramos, renunciou após ser preso durante a
Operação Dominó.
Ontem, foi Amir Lando quem
acompanhou o ex-governador
de São Paulo na carreata. Após
uma hora e meia de passeio pelas ruas em uma caminhonete,
Alckmin e os candidatos tiveram de deixar o veículo porque
o motor esquentara. Alckmin
concluiu o trajeto numa van.
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