São Paulo, sábado, 27 de setembro de 1997.



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Painel

Versão collorida
Collor deu os originais de seu livro de memórias para alguns amigos opinarem. Há supostas revelações surpreendentes. Uma delas: durante os meses do Collorgate, Ulysses Guimarães o visitava assiduamente. Dava conselhos e livros com dedicatória.

Teoria conspiratória
Segundo o livro de memórias de Collor, que ainda não está concluído, havia no Congresso articulação para colocar Ulysses Guimarães, e não Itamar Franco, no seu lugar no Planalto.

Tintas de heroísmo
No dia que deixou o Planalto, Collor conta que foi aconselhado a sair pela garagem. Diz, no livro, ter se lembrado de Figueiredo, que saiu pelos fundos para não passar a faixa a Sarney. E decidiu ir pela porta da frente.

Discurso de campanha
No pronunciamento em cadeia de rádio e TV, anteontem, FHC já deu a linha das respostas ao presidenciável Ciro Gomes. "Nós cuidamos primeiro do Real, para que agora o Real possa cuidar das pessoas", afirmou.

Mera curiosidade
A principal empresa de ônibus de Campo Grande, onde Serjão esteve ontem para a filiação de deputados ao PSDB, se chama Viação Motta. O ministro das Comunicações sabia realmente das coisas quando chamou o PSDB de "partido ônibus".

O fracasso subiu à cabeça
Um peemedebista diz que o ministro Eliseu Padilha (Transportes) deve ser, além de Antonio Kandir (Planejamento), o único a ficar até abril. Só falta combinar com o presidente, que, ao que tudo indica, quer que ele saia em dezembro.

Hora decisivas
O prefeito de Contagem, Newton Cardoso, analisa a possibilidade de ir para o PSC. Teme que uma intervenção federal no diretório estadual do PMDB dê a legenda para Itamar. Está analisando se fica e corre o risco.

Ameaça retornar
Após o rompimento com o governador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), parcela expressiva do PTB mineiro já fala no nome do ex-governador Hélio Garcia para a sucessão estadual de 98.


Um sonho a mais

O PL fechou acordo para apoiar Maluf na disputa do governo paulista em 98, mas não vai se coligar ao PPB para as eleições proporcionais. Aposta na associação da sigla com Itamar para ter uma boa votação.

Franco atirador
A opção de Ciro pelo PPS o leva a trilhar caminho parecido com o de Collor: ingressar num partido inexpressivo e angariar apoio com seu carisma e projeto próprio. No PPS, ele também mantém a ligação com Tasso, o que seria incômodo no PSB cearense.

Pensamento miúdo
Para quem não quer ganhar em 98, o PT jogou bem ao anunciar a inevitabilidade da candidatura Lula. Impediu Ciro de cair no colo do PSB. Mas deixou claro que a briga não é pela Presidência, é pela hegemonia da oposição.

Ninguém viu
A passagem de Celso Pitta (PPB) pela cerimônia de filiação do ministro Luiz Carlos Santos ao PFL, ontem, em São Paulo, foi praticamente ignorada. Só o locutor anunciou sua presença, mas nenhum orador citou o prefeito paulistano em discurso.

Preocupação nacional

A vereadora paulistana Aldaíza Sposati (PT) copiou idéia do vereador do PPB carioca Wilson Passos: apresentou projeto para cassar alvará de estabelecimentos onde houver prostituição infantil ou tráfico de drogas.

Modelo neoliberal
Marco Maciel ficou em Petrolina (PE), após a visita de FHC. Para inaugurar um ginásio de esportes que leva seu nome. Disse que não pôde impedir a homenagem: "Foi iniciativa privada".

Visita à Folha
O embaixador da República Islâmica do Irã, Bahman Taherian, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado do adido político e de imprensa da embaixada, Hamid Reza Nikbakht.

TIROTEIO

De Henrique Eduardo Alves (RN), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, sobre os oposicionistas do PMDB quererem adiar decisão para 98 sobre apoio a FHC:
- Passado o dia 3 de outubro, o PMDB deve decidir logo se apoiará FHC ou não. É politicamente inaceitável ficar com o governo até abril do ano que vem e depois ir para a oposição.

CONTRAPONTO

Mundo animal
Há cerca de um mês, Franco Montoro (PSDB), Antonio Cabrera (PFL) e José Dirceu (PT) fizeram um debate sobre política com estudantes da USP.
Nas considerações iniciais, o petista bateu em FHC e Cabrera falou sobre privatizações.
Montoro surpreendeu todos e começou a falar sobre os hábitos dos tucanos; os pássaros, não os políticos. Suas intenções só ficaram claras no final:
- A eleição em 98 será a guerra do tucano contra o frango.
A platéia caiu na gargalhada com a referência ao escândalo da compra de frangos na gestão de Maluf na prefeitura paulistana.
A glória de Montoro durou pouco. Ao ser aberto o microfone, um estudante disse, referindo-se a deputados que venderam o voto a favor da reeleição:
- Eu nunca votei. A eleição do ano que vem será a primeira. O sr. que é um político experiente poderia me ajudar. Devo votar em quem compra frango ou em quem compra votos?



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