São Paulo, segunda-feira, 27 de setembro de 2004

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PAINEL

Tiro ao Alckmin
No mapa do PT para a batalha do segundo turno em São Paulo, um nome circula em vermelho: Geraldo Alckmin. A operação desconstrutora da campanha de Marta Suplicy terá como alvo prioritário a gestão do tucano, grande cabo eleitoral de Serra.

Pratos na balança
Para crescer, Marta tentará reduzir o tamanho de Alckmin, que o Datafolha aponta como maior transferidor de votos da eleição paulistana. O governo estadual tem 51% de avaliação ótima/boa, contra 42% da prefeitura. E 10% de ruim/péssima (20% no caso municipal).

Força-tarefa
A operação derruba-Alckmin tem seu QG na Assembléia Legislativa, onde os petistas recolhem material para dificultar a vida do governador. Chamá-lo de "hipócrita", como fez José Dirceu, foi só o começo.

Dois coelhos
Concebida para ajudar Marta em 2004, a operação derruba-Alckmin tem o propósito adicional de enfraquecer um possível anti-Lula em 2006.

Lamento petista
A coordenação da campanha do petista Ângelo Vanhoni, que disputa com o tucano Beto Richa a liderança em Curitiba, acusa o Planalto de insensibilidade. Chamou Lula e quase todos os ministros à cidade. Só José Dirceu está suando a camisa.

Choro tucano
Ralando para obter vaga no segundo turno do interior, Welson Gasparini (Ribeirão Preto) e Barjas Negri (Piracicaba) esperavam mais empenho de Alckmin em suas campanhas.

Aposta arriscada
O ministro Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia) acha que o PSB irá para o segundo turno com João Leite em Belo Horizonte. Meio mundo acha que Fernando Pimentel (PT) liquidará a fatura no domingo.

Época de colheita 1
Não é a primeira vez que o deputado José Múcio Monteiro (PTB-PE) bate à porta do governo federal antes das eleições. O representante do setor sucroalcooleiro cobra o pagamento de uma conta de R$ 500 milhões aos usineiros pernambucanos.

Época de colheita 2
Em 2002, antes do pleito presidencial, usineiros nordestinos cobravam do governo R$ 400 milhões, a título de subsídio para compensar o custo de produção. Na ocasião, Monteiro disse que a cobrança "não tinha nada a ver com eleição ou política".

Curto-circuito
O Palácio do Planalto nem sequer fingiu acreditar quando Miro Teixeira desmentiu ter dito que há no Congresso deputados aos quais seria paga uma mesada para votar com o governo. O ex-ministro das Comunicações está com a testa marcada.

Caminho das pedras
Apesar do desmentido de Miro, a reportagem sobre a suposta mesada ressuscitou versão segundo a qual o esquema teria sido copiado de Câmaras Municipais, onde seria bem-sucedido.

Pesos e medidas
Prefeito de Tietê (SP), José Carlos Melaré (PTB) teve a candidatura cassada ao participar de inauguração de estrada. "Há muito rigor para alguns e talvez menos rigor para outros", diz, sobre o apoio de Lula na inauguração de obra de Marta.

Fora do curso
Funcionários do Ibama votam indicativo de greve, que poderá comprometer o Rima (Relatório de Impacto Ambiental) da transposição do rio São Francisco. Lula tem pressa no projeto.

Leite derramado
O Ministério do Desenvolvimento Agrário abandonou a mesa de negociações entre o Mercosul e a União Européia, em protesto contra a proposta de zerar a tarifa de importação de leite. Outras pastas continuam a conversar.

TIROTEIO

De José Anibal, ex-presidente do PSDB, sobre José Dirceu chamar Alckmin de "hipócrita":
-Ele é previsível no descontrole verbal. Sua incompatibilidade é com a democracia.

CONTRAPONTO

Tapa-buraco

Na sexta-feira passada, Paulo Maluf tomava café da manhã com um grupo de empresários em uma padaria dos Jardins, área nobre da capital paulista, quando um candidato a vereador de seu partido, o PP, foi convidado a improvisar discurso em homenagem ao ex-prefeito.
Um pouco nervoso, David Neto começou a enumerar obras que marcaram as duas passagens anteriores de Maluf pela prefeitura paulistana:
-Quase tudo na capital tem uma placa com o sobrenome Maluf: as praças, as pontes, os viadutos, as ruas...
Subitamente empolgado, o postulante a uma vaga na Câmara Municipal disparou:
-Até buracos desta cidade têm o nome de Paulo Maluf!
Mais que depressa o ex-prefeito o interrompeu:
-Não, peraí, os buracos vieram depois. Não foi o Maluf quem fez, foram os outros!


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