São Paulo, segunda-feira, 27 de setembro de 2004

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JUDICIÁRIO

Assembléia estadual seria na quarta-feira; paralisação já tem 91 dias

Servidores resolvem antecipar para hoje decisão sobre greve

UIRÁ MACHADO
DA REDAÇÃO

Os servidores do Judiciário paulista, em greve há 91 dias, resolveram antecipar a assembléia que decidirá sobre o futuro da mais longa paralisação da história. Marcada originalmente para quarta-feira, a deliberação acontecerá hoje, às 16h, na praça João Mendes (região central).
A antecipação foi decidida ontem à tarde em reunião do comando de greve. Os servidores consideraram que a nova proposta feita pelo TJ (Tribunal de Justiça) na última sexta-feira deve ser votada pela assembléia estadual "o quanto antes".
Na última assembléia (dia 22), quase metade dos servidores votou pela suspensão do movimento. No dia seguinte, após comunicado do TJ determinando a abertura de processos administrativos contra os grevistas, alguns funcionários voltaram ao trabalho. Na sexta, muitos fóruns no interior do Estado tiveram funcionamento normal e, na capital, todas as varas do fórum João Mendes estavam abertas.
Embora a tendência aparente seja de enfraquecimento do movimento, um mal-entendido pode determinar o encaminhamento da assembléia de hoje.
Segundo os servidores, a proposta feita pelo TJ na sexta-feira tem dois pontos principais: não haverá punição (processo administrativo) aos grevistas que voltarem a trabalhar "imediatamente" e todos os dias parados serão descontados por meio de férias, licença-prêmio e outros créditos.
No entanto, de acordo com a assessoria do TJ, o presidente do tribunal, desembargador Luiz Elias Tâmbara, não pode mudar decisões tomadas, mas vai tentar amenizar as punições já determinadas -como a abertura de processos administrativos.
"Ao propor o desconto dos dias parados, não poderemos fazer mutirões para atualizar o serviço", disse Ronaldo Curumba, do comando de greve. "Entendemos que ele [Tâmbara] não está preocupado com a população."

Protesto
A OAB-SP realiza hoje, às 10h, em frente à sede da entidade, na praça da Sé, um Ato Público pela Volta da Justiça. Seccionais do interior e diversas entidades confirmaram presença. No ato será redigido um manifesto que deverá ser levado ao governador Geraldo Alckmin e ao presidente do TJ.
Os servidores anunciaram uma manifestação para o mesmo horário, na praça João Mendes.


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