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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Pergunta sobre negociação com PCC irrita Alckmin na TV
"Cuidado com as palavras. Não tem negociação nenhuma", diz tucano a jornalista
Em entrevista à Record, candidato afirma que Evo Morales "manda em Lula", e que petista tem posição "submissa e vergonhosa"
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, se irritou ontem à noite ao ser entrevistado pelo "Jornal da Record" (TV Record).
Questionado sobre uma suposta negociação do governo
paulista, comandado por ele até
março, com a facção criminosa
PCC, o tucano não se conteve e
disse: "Cuidado com as palavras (...) Não tem negociação
nenhuma".
A primeira pergunta dos entrevistadores foi sobre os vestidos que quando primeira-dama, Maria Lucia Alckmin recebeu de um estilista, conforme
revelou a Folha. Alckmin afirmou que não há irregularidade
no caso, já que, segundo ele, as
peças foram doadas a uma instituição e sua mulher não é
funcionária do Estado.
Apesar de ter sido obrigado a
se manter na defensiva, Alckmin criticou a gestão de Luiz
Inácio Lula da Silva e disse que,
se eleito, irá "despetizar" o governo federal.
"Eu vou despetizar a máquina do governo. O aparelhamento do Estado leva à ineficiência.
O governo não funciona, mal
faz tapa-buracos e, de outro lado, leva à corrupção", afirmou.
No final da entrevista, que
durou aproximadamente 12
minutos, os apresentadores do
telejornal citaram alguns nomes de políticos e pediram definição rápida do candidato.
Sobre Hugo Chávez, presidente da Venezuela, ele respondeu: "É amigo do Lula". Em
seguida, os apresentadores
emendaram o nome de Evo
Morales, presidente da Bolívia:
"Esse manda no Lula, o Lula é
submisso a ele, posição dúbia,
submissa, vergonhosa".
Após a entrevista, Alckmin
foi questionado pelos repórteres que o acompanhavam se
havia achado o tom "áspero".
"Tive a firmeza necessária, é a
indignação necessária", disse
apenas o tucano.
Hoje, o "Jornal da Record"
tem agendada entrevista ao vivo com o presidente Lula.
Debate e pesquisas
Também após a participação
no telejornal, Alckmin voltou a
ressaltar a importância do debate que a TV Globo promove
amanhã. "Debate não é para o
candidato, é para o eleitor".
Ele não quis comentar a possibilidade de Lula se ausentar.
"O que eu posso dizer é que o
Geraldo Alckmin vai estar lá."
Sobre as pesquisas de intenção de voto, o tucano, com base
em levantamentos diários de
seu partido, disse que está tirando votos de Lula e que tem
certeza de que já está no segundo turno. "No segundo turno,
os temas são aprofundados, o
que dá mais segurança para o
eleitor", afirmou.
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