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ELEIÇÕES 2006 / DEBATE
Em seu 1º debate, Cabral é alvo de ataques de rivais
Frossard liga senador a Garotinho e diz que ele não gosta de funcionários públicos
Crivella tenta constranger líder em pesquisas com pergunta citando leis pelos números, sem se referir a assunto abordado por elas
DA SUCURSAL DO RIO
Na primeira hora e meia do
primeiro debate de que participou, o candidato que lidera a
corrida sucessória ao governo
do Rio, Sérgio Cabral (PMDB),
foi o centro principal dos ataques dos adversários.
O candidato do PRB, Marcelo
Crivella, empatado tecnicamente em segundo lugar com a
candidata do PPS, Denise Frossard, foi o primeiro a provocar
Cabral em pergunta sobre investimentos no Estado. Questionou o peemedebista sobre
sua opinião a respeito de projetos de lei, aos quais se referiu
apenas pelos números, sem explicar o conteúdo.
Cabral não passou recibo e
respondeu genericamente. Crivella explicou que se tratavam
de projetos para regularizar as
parcerias público-privadas e
concessão de incentivos para o
setor de gás e petróleo.
Em seguida, foi a vez de Cabral perguntar a Denise Frossard (PPS) sobre funcionalismo público. A candidata aproveitou sua resposta para atacar
a relação de Cabral com seu
apoiador, o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB).
"Trinta por cento da folha da
Saúde e da Segurança é terceirizada. Foi sucateado o funcionalismo público, o que faz que o
Estado fique inoperante na
saúde, na educação, na segurança. Isso foi feito com seu
bastão na Assembléia", disse.
Cabral rebateu dizendo que,
quando presidente da Assembléia Legislativa, acabou com a
aposentadoria dos deputados
após apenas dois mandatos. "A
senhora se aposentou como
juíza com apenas 14 anos de
trabalho", completou.
Frossard respondeu que se
aposentou por 30 anos de serviço, tendo sido também advogada. "O senhor não gosta de
funcionário público", afirmou.
Acuado, Cabral acusou Frossard de ter tido um assessor
condenado a 11 anos de prisão
por envolvimento com tráfico
de drogas. "Pára de me associar
a A, B ou C", disse Cabral.
O candidato do PT, Vladimir
Palmeira criticou que o governo do Estado suspenda o pagamento de serviços contratados.
"À exceção de ONGs ligadas a
Garotinho, que são pagas às vezes até por serviços inexistentes." Chamou ainda Cabral de
demagogo por prometer estender o metrô do Rio a Itaboraí.
"O sr. engana a população. Isso
só é possível com dinheiro do
governo federal", disse.
Alckmin x Lula
Com baixo índice de intenção de voto nas pesquisas, Palmeira e o candidato do PSDB,
Eduardo Paes, nacionalizaram
a discussão, trocando críticas
em relação aos candidatos a
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e Geraldo Alckmin.
Paes foi o primeiro a nacionalizar questões do debate ao
ser referir a Lula. "Vou fazer como Alckmin em São Paulo.
Quando era governador, ele
não estabeleceu relação de confronto com Lula, este que nem
Freud explica, apesar de saber
que seria seu adversário", disse
em referência ao assessor do
presidente acusado de envolvimento na compra do dossiê.
Palmeira rebateu. "Agradeço
a menção ao Lula. Foi ele que
deu tudo ao governo de São
Paulo. E agora vai dar um cacete no Alckmin e será reeleito.
Prova que pode tratar bem e ser
reeleito. Lula é generoso."
Paes, que atuou na CPI dos
Correios, replicou: "Não tenho
dúvida nenhuma de que Lula é
generoso. Que o digam Delúbio, José Dirceu e o Freud".
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