São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / DEBATE

Em seu 1º debate, Cabral é alvo de ataques de rivais

Frossard liga senador a Garotinho e diz que ele não gosta de funcionários públicos

Crivella tenta constranger líder em pesquisas com pergunta citando leis pelos números, sem se referir a assunto abordado por elas


DA SUCURSAL DO RIO

Na primeira hora e meia do primeiro debate de que participou, o candidato que lidera a corrida sucessória ao governo do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), foi o centro principal dos ataques dos adversários.
O candidato do PRB, Marcelo Crivella, empatado tecnicamente em segundo lugar com a candidata do PPS, Denise Frossard, foi o primeiro a provocar Cabral em pergunta sobre investimentos no Estado. Questionou o peemedebista sobre sua opinião a respeito de projetos de lei, aos quais se referiu apenas pelos números, sem explicar o conteúdo.
Cabral não passou recibo e respondeu genericamente. Crivella explicou que se tratavam de projetos para regularizar as parcerias público-privadas e concessão de incentivos para o setor de gás e petróleo.
Em seguida, foi a vez de Cabral perguntar a Denise Frossard (PPS) sobre funcionalismo público. A candidata aproveitou sua resposta para atacar a relação de Cabral com seu apoiador, o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB).
"Trinta por cento da folha da Saúde e da Segurança é terceirizada. Foi sucateado o funcionalismo público, o que faz que o Estado fique inoperante na saúde, na educação, na segurança. Isso foi feito com seu bastão na Assembléia", disse.
Cabral rebateu dizendo que, quando presidente da Assembléia Legislativa, acabou com a aposentadoria dos deputados após apenas dois mandatos. "A senhora se aposentou como juíza com apenas 14 anos de trabalho", completou.
Frossard respondeu que se aposentou por 30 anos de serviço, tendo sido também advogada. "O senhor não gosta de funcionário público", afirmou.
Acuado, Cabral acusou Frossard de ter tido um assessor condenado a 11 anos de prisão por envolvimento com tráfico de drogas. "Pára de me associar a A, B ou C", disse Cabral.
O candidato do PT, Vladimir Palmeira criticou que o governo do Estado suspenda o pagamento de serviços contratados. "À exceção de ONGs ligadas a Garotinho, que são pagas às vezes até por serviços inexistentes." Chamou ainda Cabral de demagogo por prometer estender o metrô do Rio a Itaboraí. "O sr. engana a população. Isso só é possível com dinheiro do governo federal", disse.

Alckmin x Lula
Com baixo índice de intenção de voto nas pesquisas, Palmeira e o candidato do PSDB, Eduardo Paes, nacionalizaram a discussão, trocando críticas em relação aos candidatos a presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin.
Paes foi o primeiro a nacionalizar questões do debate ao ser referir a Lula. "Vou fazer como Alckmin em São Paulo. Quando era governador, ele não estabeleceu relação de confronto com Lula, este que nem Freud explica, apesar de saber que seria seu adversário", disse em referência ao assessor do presidente acusado de envolvimento na compra do dossiê.
Palmeira rebateu. "Agradeço a menção ao Lula. Foi ele que deu tudo ao governo de São Paulo. E agora vai dar um cacete no Alckmin e será reeleito. Prova que pode tratar bem e ser reeleito. Lula é generoso."
Paes, que atuou na CPI dos Correios, replicou: "Não tenho dúvida nenhuma de que Lula é generoso. Que o digam Delúbio, José Dirceu e o Freud".


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