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Corregedoria investigará procurador no PR
Milton Riquelme apareceu no horário eleitoral isentando governo Requião de ligação com o caso Rasera
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O colégio de procuradores da
Justiça do Paraná determinou
ontem que a Corregedoria investigue o elo do procurador-geral da Justiça, Milton Riquelme de Macedo, com a campanha de Requião. Riquelme apareceu no horário eleitoral do
PMDB declarando que isentava o governo de ligação com o
caso Rasera.
Riquelme pediu afastamento
anteontem, para "tratar da saúde". Ele argumenta que deu entrevista a emissora de TV e que
não autorizou a veiculação na
propaganda política.
Anteontem, a PIC (Promotoria de Investigações Criminais)
denunciou o ex-assessor do governo do Paraná Délcio Augusto Rasera e mais 19 pessoas à
Justiça por interceptação clandestina de conversas telefônicas e formação de quadrilha.
A perícia do material apreendido e os desdobramentos da
prisão do policial civil ainda vão
consumir seis meses de investigações na PIC. A previsão é do
coordenador-chefe da unidade,
promotor de Justiça Paulo
Kessler. A razão para a demora,
segundo ele, é a quantidade de
material à espera de perícia. ""O
que analisamos até agora é
muito pouco do que essa investigação pode render", disse. Entre os casos ainda por fechar, o
coordenador adianta indícios
de improbidade administrativa
de servidores do governo.
Rasera é acusado de chefiar a
quadrilha de arapongas que
agia no Estado. Ele trabalhava
no Palácio Iguaçu. Foi requisitado à Casa Civil, mas há provas
de que agia na área de inteligência. Foi requisitado para a
Casa Civil no início da gestão de
Roberto Requião (PMDB), que
concorre à reeleição.
No final da semana passada, a
assessoria jurídica da campanha de Requião tentou barrar
na Justiça Eleitoral reportagem da Folha -ainda em apuração- sobre ligações de autoridades com Rasera e protocolou na Corregedoria do Ministério Público do Estado pedido
de providências para quebrar o
sigilo telefônico da repórter da
Folha em Curitiba e de três jornalistas da ""Gazeta do Povo".
A intenção é chegar às fontes
dos jornalistas. A Justiça negou
a liminar para censurar a reportagem da Folha e, até ontem, o corregedor do Ministério Público não tinha reconhecido o pedido de quebra de sigilo telefônico.
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