São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Corregedoria investigará procurador no PR

Milton Riquelme apareceu no horário eleitoral isentando governo Requião de ligação com o caso Rasera

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O colégio de procuradores da Justiça do Paraná determinou ontem que a Corregedoria investigue o elo do procurador-geral da Justiça, Milton Riquelme de Macedo, com a campanha de Requião. Riquelme apareceu no horário eleitoral do PMDB declarando que isentava o governo de ligação com o caso Rasera.
Riquelme pediu afastamento anteontem, para "tratar da saúde". Ele argumenta que deu entrevista a emissora de TV e que não autorizou a veiculação na propaganda política.
Anteontem, a PIC (Promotoria de Investigações Criminais) denunciou o ex-assessor do governo do Paraná Délcio Augusto Rasera e mais 19 pessoas à Justiça por interceptação clandestina de conversas telefônicas e formação de quadrilha.
A perícia do material apreendido e os desdobramentos da prisão do policial civil ainda vão consumir seis meses de investigações na PIC. A previsão é do coordenador-chefe da unidade, promotor de Justiça Paulo Kessler. A razão para a demora, segundo ele, é a quantidade de material à espera de perícia. ""O que analisamos até agora é muito pouco do que essa investigação pode render", disse. Entre os casos ainda por fechar, o coordenador adianta indícios de improbidade administrativa de servidores do governo.
Rasera é acusado de chefiar a quadrilha de arapongas que agia no Estado. Ele trabalhava no Palácio Iguaçu. Foi requisitado à Casa Civil, mas há provas de que agia na área de inteligência. Foi requisitado para a Casa Civil no início da gestão de Roberto Requião (PMDB), que concorre à reeleição.
No final da semana passada, a assessoria jurídica da campanha de Requião tentou barrar na Justiça Eleitoral reportagem da Folha -ainda em apuração- sobre ligações de autoridades com Rasera e protocolou na Corregedoria do Ministério Público do Estado pedido de providências para quebrar o sigilo telefônico da repórter da Folha em Curitiba e de três jornalistas da ""Gazeta do Povo".
A intenção é chegar às fontes dos jornalistas. A Justiça negou a liminar para censurar a reportagem da Folha e, até ontem, o corregedor do Ministério Público não tinha reconhecido o pedido de quebra de sigilo telefônico.


Texto Anterior: Campanha em Rondônia opõe Cassol à Igreja
Próximo Texto: Justiça: TSE concede direito de resposta a Lula contra a Folha; cabe recurso
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.