|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Campanha em Rondônia opõe Cassol à Igreja
DA SUCURSAL DO RIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO VELHO
Com a vitória praticamente
garantida no primeiro turno, o
governador de Rondônia, Ivo
Cassol (PPS), 47, entrou em
uma polêmica com o bispo de
Ji-Paraná (379 km de Porto Velho), dom Antonio Possamai,
que já lhe tirou três pontos nas
pesquisas de intenção de voto
na reta final da campanha.
Há três semanas, a diocese de
Ji-Paraná e mais cinco entidades divulgaram cartazes contra
a reeleição de candidatos acusados de corrupção, e a foto de
Cassol foi estampada ao lado
das de 23 deputados.
O governador conseguiu suspender na Justiça Eleitoral a
distribuição dos cartazes, e foi a
Ji-Paraná cobrar explicação do
bispo. Dias depois, cópias de
carta anônima com ameaças de
morte ao bispo foram distribuídas em vários municípios. O
texto sugere que o autor seria
ligado a Cassol, ao dizer que a
reeleição está garantida no primeiro turno. Cassol negou ontem ter relação com a carta.
Disse que ficou magoado com o
cartaz, que o colocou na "vala
comum" com os corruptos.
"Denunciei o esquema na Assembléia. E agora, sendo usado
politicamente, o bispo me coloca junto com aqueles que denunciei. Fui julgado, condenado e crucificado pela Igreja sem
qualquer chance de defesa."
Cassol disse que colocou policiais militares para fazer a segurança de Possamai e pediu,
oficialmente, à Polícia Federal
para também proteger o bispo.
Ele admitiu que a polêmica
com a Igreja foi responsável
por queda nas intenções de voto à sua candidatura. "Mas nada
que vá modificar o resultado."
Na semana passada, o bispo
foi homenageado pela Câmara
Municipal de Vilhena (705 km
de Porto Velho) e não conseguiu discursar devido a vaias de
parentes do governador, liderados Kelly Mezzomo, delegada
da Secretaria Estadual de Saúde em Vilhena. Ela é sobrinha
da primeira-dama de Rondônia, Ivone Cassol.
O site Rondoniagora.com
exibiu, na quinta, imagens de
Possamai bebendo caipirinha e
cerveja em pizzaria e supostamente fazendo gesto obsceno a
jornalista e cinegrafistas. O caso ganhou repercussão porque
as imagens foram intercaladas
com trechos de entrevista do
arcebispo de Porto Velho, dom
Moacyr Grechi, que, sem saber
que a entrevista seria usada
contra Possamai, criticou o fato
de um padre consumir álcool
em público.
Possamai disse que o governador esteve na diocese, no dia
28 de agosto, e que se dirigiu a
ele em termos agressivos. Disse
que Cassol propôs retirar a
ação judicial contra ele se retirasse sua foto do cartaz, e que a
proposta foi recusada.
(ELVIRA LOBATO e JOSÉ MASCHIO)
Texto Anterior: Outro lado: Sarney diz não ser possível gerir toda a campanha Próximo Texto: Corregedoria investigará procurador no PR Índice
|