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ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ
Presidente de CPI vê prova contra tucano
Antonio Carlos Biscaia (PT) diz que documentos dos Vedoin implicam de forma contundente Barjas Negri na máfia dos sanguessugas
Deputado também aponta envolvimento de empresário,
mas descarta participação
de Serra; petista defende
depoimento de ex-ministros
RANIER BRAGON
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio
Carlos Biscaia (PT-RJ), afirmou ontem que a documentação apresentada pela família
Vedoin à Justiça Federal envolve de "forma contundente" o
ex-ministro tucano Barjas Negri e o empresário Abel Pereira
no esquema de venda de ambulâncias superfaturadas.
"Posso afirmar que as provas
são suficientes para que as investigações sejam aprofundadas. A documentação envolve o
ex-ministro Barjas Negri e Abel
Pereira de forma contundente", afirmou Biscaia após analisar documentos da Justiça Federal de Mato Grosso.
A família Vedoin, que coordenou a fraude dos sanguessugas, diz que pagou propinas a
Abel para obter liberação de recursos do Ministério da Saúde
na gestão Barjas, entre fevereiro e dezembro de 2002. Barjas
é prefeito de Piracicaba (SP).
Segundo a acusação dos Vedoin, Abel era uma pessoa ligada a Barjas. O ex-ministro nega
envolvimento com os Vedoin e
diz que Abel não exercia influência no ministério.
"Existe uma petição do Vedoin ao juiz de Cuiabá em que
ele relata detalhadamente o envolvimento de Abel e Barjas no
episódio", disse Biscaia.
Barjas sucedeu José Serra,
candidato ao governo de São
Paulo, no ministério. Biscaia
afirmou que, entre os documentos analisados, nenhum indica a participação de Serra no
episódio. Apesar disso, o deputado vai defender no dia 4, data
da próxima reunião da CPI, a
convocação de todos os ministros da Saúde que ocuparam a
pasta entre 1998 e 2005 -além
dos tucanos Barjas e Serra, o
petista Humberto Costa (2003
a 2005) e o peemedebista Saraiva Felipe (2005 a 2006).
A principal acusação dos Vedoin contra Barjas e Abel está
em documento entregue à Justiça Federal em Cuiabá.
Entre outras coisas, há extrato da conta de uma das empresas de Luiz Antonio Vedoin no
BB que mostra transferência de
R$ 20 mil de janeiro de 2003
para pessoa supostamente ligada a Abel. O extrato é, segundo
Vedoin, prova de pagamento de
propina a Abel pela liberação
de verbas da Saúde destinadas à
compra de ambulâncias.
Outro lado
Barjas Negri enviou nota à
Folha em que disse não ter
"qualquer envolvimento" com
o esquema. Ele disse que Vedoin não possui credibilidade
para fazer as denúncias. Ele negou também que Abel tenha tido relação com a Saúde.
A Folha ligou para a casa de
Abel e para suas empresas, mas
ninguém atendeu. Em outras
oportunidades, ele disse nunca
ter tido acesso ao ministério.
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