São Paulo, domingo, 27 de outubro de 2002

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Cofre cheio
O comitê de Lula arrecadou, segundo cálculos extra-oficiais do PT, cerca de R$ 40 mi na campanha presidencial. Já o comitê de Serra conseguiu bem menos: cerca de R$ 25 mi.

Ajuda de vice
O PT previa gastar R$ 36 mi na sucessão de FHC, mas aumentou a previsão no TSE para R$ 48 mi em outubro. Os principais doadores são bancos e empreiteiras, além da Coteminas, de José Alencar, que doou R$ 2 mi.

No vermelho
Já o PSDB estimou os gastos do comitê de Serra em R$ 60 mi. A arrecadação, porém, minguou em dois momentos: quando Ciro cresceu no primeiro turno e logo na abertura do segundo, com a liderança folgada de Lula. O comitê gastou mais de R$ 30 mi e deve cerca de R$ 5 mi.

Carona no ônibus
O PT espera iniciar o ano parlamentar com uma bancada na Câmara de 105 a 110 deputados. O partido elegeu 91, mas deve receber parlamentares que hoje estão no PDT, PSB, PPS e PSDB. Pelo menos dez pedetistas já fizeram contato com o PT.

Nomes no Congresso
Sigmaringa Seixas (PT-DF), amigo de Lula e interlocutor petista junto ao PSDB, é cotado para ser o líder do governo no Congresso. Jorge Bittar (RJ) é o nome mais lembrado no PT para o mesmo cargo na Câmara.

Bóia de salvação
No fim da campanha, os tucanos paulistas José Aníbal, Aloysio Nunes e Alberto Goldman priorizaram a eleição de Alckmin. Com Serra virtualmente derrotado, a vitória do governador é a última esperança do grupo de ter "áreas de influência".

Fechar torneiras
As cúpulas de PSDB e PFL já travam uma batalha particular a fim de decidir qual será o maior partido de oposição em um eventual governo Lula. Em vez de filiar parlamentares, a principal missão das duas siglas é evitar a debandada de quem não quer ficar distante do Planalto.

Fila de espera
Paulo Hartung, governador eleito do ES, esteve no BNDES na busca de empréstimo para o Estado. Acabou descobrindo que a atual gestão de José Ignácio já deve R$ 213 mi ao banco.

Portas fechadas
Lula queria Ciro em seu eventual governo. Mas as críticas públicas do ex-ministro da Fazenda ao petista na reta final do segundo turno acenderam a luz amarela. Incorrigível, poderia se tornar, no ministério, a grande pedra no sapato do petista.

Bolsa de palpites
O advogado Márcio Thomaz Bastos é cotado para assumir o Ministério da Justiça em um eventual governo Lula.

Vai faltar cargo
O PC do B, que apóia Lula desde 1989, cobiça um ministério em seu eventual governo. O alvo é a pasta do Esporte, que seria entregue ao deputado Aldo Rebelo (SP). Já tem petista achando que faltará cargo em Brasília para agradar tanta gente.

Terra do Nunca
Coordenador da campanha tucana, Luiz Paulo Vellozo Lucas não admite a derrota de Serra. Mas pede um milagre: "Não é impossível que a fada Sininho da racionalidade apareça para todos os eleitores e faça o Serra vencer. É nossa única chance".

Cobrança em breve
Em reunião em Salvador (BA) na semana que vem, os procuradores da República de todo o país discutirão a formação de uma lista tríplice para que dela o futuro presidente retire o nome do próximo procurador-geral da República. Essa idéia sempre teve o apoio da bancada do PT.

Cotações
Pelas regras atuais, o presidente escolhe o procurador-geral, sem precisar de lista alguma. O mandato de Geraldo Brindeiro acaba em junho. São cotados para integrar a lista tríplice os subprocuradores Cláudio Fonteles, Wagner Gonçalves e Ela Wiecko -opositores de Brindeiro.

TIROTEIO

Do deputado federal Roberto Brant, não admitindo a possibilidade de o PFL participar de eventual governo Lula:
- É preferível requerer a autodissolução do partido.

CONTRAPONTO

Reviravolta

Há duas semanas, o jornalista Paulo Cabral, da BBC Brasil, ligou para o empresário Mário Amato, que estava em seu escritório em SP, para falar a respeito da sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na eleição presidencial de 1989, então presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Amato gerou polêmica ao dizer que "800 mil empresários" deixariam o país caso Luiz Inácio Lula da Silva vencesse Fernando Collor.
O repórter da BBC Brasil começou a entrevista perguntando a Amato se ele continuava achando que uma eleição de Lula representaria uma "catástrofe". Amato respondeu que não, mas que, por outro lado, não havia se tornado um eleitor de Lula. O jornalista então quis saber o motivo de o empresário não votar no presidenciável petista. Ele esclareceu:
- Eu sou da oposição.


Próximo Texto: Cenário: Negociações com o FMI vão ditar os planos de transição
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.