São Paulo, domingo, 27 de outubro de 2002

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Tucano usa bilhete do pai para 'acalmar'

LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

Um bilhete escrito pelo pai, Geraldo, é o antídoto do atual governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição, para recuperar a serenidade em momentos de estresse, como às vésperas de uma decisão eleitoral.
O bilhete, amarelado, é levado pelo governador na carteira desde 1976. "Ele me entregou dias antes de eu ter sido eleito prefeito de Pindamonhangaba (SP)", contou o governador, em entrevista ontem pela manhã, depois de visita à Fundação Mário Covas.
Escrito em letra cuidadosa e pequena, o bilhete-amuleto do governador tem trechos como: "Estás intranquilo? Aconteça o que acontecer (...) deixa correr o tempo e, sem paixões, darás a cada coisa a sua devida importância. Se assim fizeres, serás mais justo. Para Paiau [apelido do governador em família] de seu papai".
No último dia de campanha, o governador, em um gesto simbólico, foi à Fundação Mário Covas como uma homenagem ao padrinho político. A fundação existe desde abril e Alckmin é um dos fundadores. "Meu pai e ele [Covas] foram meus grandes mestres, e os dois, aliás, jogavam xadrez muito bem. Davam aula de estratégia", disse. Na fundação, comeu um dos quitutes preferidos de Covas, morto em março do ano passado: pastel e guaraná.
Ao sair da fundação, Alckmin seguiu a pé para uma feira no bairro, a Pompéia, zona oeste de São Paulo. Abraçou eleitores e foi aplaudido no caminho. Ouviu: "Geraldo sim, Serra não".
Alckmin afirmou que, depois de votar hoje, vai esperar o resultado ao lado da família. "Teremos boa fiscalização amanhã [hoje], o PSDB estará alerta", disse.
A programação do governador foi mudada a partir do meio da tarde de ontem. Iria assistir, com a mulher e filhos, a uma missa do padre Marcelo Rossi, na zona sul da capital. Mas, depois de uma caminhada com o presidenciável José Serra (PSDB) no parque Ibirapuera, as assessorias das duas campanhas resolveram cancelar a missa e organizar uma carreata.


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