DA AGÊNCIA FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL

A campanha de José Genoino (PT) ao Palácio dos Bandeirantes termina hoje com um acúmulo de recaídas em torno de conceitos que até então eram vinculados apenas às alas conservadoras do Estado, principalmente na figura de Paulo Maluf (PPB).
Bandeiras históricas do PT, como a defesa dos direitos humanos de presos, foram para segundo plano, dando lugar a um alinhamento a discursos de direita.
A aproximação a Maluf não ficou apenas nos discursos. Nas semanas que antecederam à primeira fase do pleito, a cúpula petista já negociava com o pepebista a formação de uma frente antitucana no segundo turno.
O assédio surtiu resultado na última semana, quando Maluf foi a público declarar seu voto a Genoino, após intensas negociações.
O primeiro passo à direitização ocorreu no início do ano, quando a candidatura do petista ainda engatinhava. À época, Genoino declarou à Folha que a Rota (batalhão de elite da PM) deveria não só agir, mas "atuar com energia e força".
A partir de agosto, quando foram ao ar os primeiros programas eleitorais, os petistas descarrilaram de sua linha tradicional no rádio e na TV ao simular assaltos e intitular uma de suas operações como "linha-dura" -expressão utilizada à exaustão pelo regime militar. Em uma das cenas criadas pelos petistas, Genoino, sentado no banco dianteiro de um carro, é alvo de uma rajada de tiros que pára em um vidro à prova de bala.
Em meio às buscas pelos malufistas, contradições dentro do partido vieram à tona. Enquanto o presidente do PT estadual, Paulo Frateschi, anunciava contatos com os pepebistas e conversas adiantadas com Maluf, Genoino insistia em uma outra tese: "O Maluf é nosso adversário histórico, e a população de São Paulo sabe que a relação entre o PT e o Maluf é como água e óleo. É impossível apoiá-lo ou receber seu apoio".
Atrás de Maluf, vieram outros conservadores, como os petebistas Luiz Antônio Fleury Filho e Agripino Lima, prefeito de Presidente Prudente e inimigo dos sem-terra no Pontal do Paranapanema. (EDS, FV E XS)


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