DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara derrubou uma das últimas cartadas de José Dirceu (PT-SP) para tentar anular o processo de cassação de seu mandato, que pode ser aprovado hoje no Conselho de Ética.
Por ampla margem de votos, 39 a 15, a comissão rejeitou o relatório de Darci Coelho (PP-TO), favorável à paralisação do processo contra Dirceu. O advogado de Dirceu, José Luiz Oliveira Lima, disse que recorrerá no STF.
A decisão da CCJ assegurou a votação do parecer de Júlio Delgado (PSB-MG), que recomenda a cassação de Dirceu. Em seguida, seja qual for a decisão do conselho, ela será analisada no plenário.
O quórum da sessão da CCJ foi de 54 deputados (de total de 61). Além do relator, Dirceu conseguiu mais 14 votos, oito deles do PT. O resultado mostrou que ele não teve o apoio da maioria dos aliados. O PSB inteiro votou contra o relatório. No PMDB, apenas um dos 8 integrantes na comissão manifestou apoio. A maioria dos deputados do PP não votou.
A oposição, que foi em peso à sessão, comemorou e disse que o placar prenuncia uma dura derrota de Dirceu no plenário. O revés também foi costurado pelos membros do conselho, como seu presidente, Ricardo Izar (PTB), e o relator do processo, Júlio Delgado (PSB), que passaram os últimos dias trabalhando para convencer os integrantes de seus partidos a votar contra o parecer.
Autor do parecer rejeitado, Darci Coelho disse que "foi vencido, mas não convencido". Como seu relatório não foi aprovado, o voto em separado de Roberto Magalhães (PFL-PE) foi escolhido como parecer final. No texto, ele ratifica a decisão do conselho, que vetou a retirada da representação contra Dirceu pelo PTB, autor da denúncia. (SILVIO NAVARRO)


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