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Tucanos ameaçam barrar negociação para prorrogar CPMF se emenda for proposta
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O PSDB do Senado ameaçou
ontem interromper negociação
com o governo para prorrogação da CPMF (Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira), caso os aliados
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva insistam na articulação
de seu terceiro mandato.
Líder do partido no Senado,
Arthur Virgílio Neto (AM) chamou de golpista a proposta,
apresentada num momento em
que a bancada do partido discute com o governo a renovação
da CPMF. "Ou eles desistem
dessa emenda ou não negociamos a CPMF", disse.
Também para o senador Sérgio Guerra (PE), a movimentação dificulta a negociação.
Lembra que o deputado federal
Devanir Ribeiro (PT-SP) -um
dos defensores da proposta- é
amigo de Lula e avisa: "Se querem a CPMF para implantar ditadura entre nós, não dá".
Ontem, tucanos simpáticos à
prorrogação da CPMF temiam
que a idéia de terceiro mandato
prejudicasse sua aprovação.
Para o presidente do DEM,
Rodrigo Maia (RJ), a aprovação
da CPMF será o teste do tamanho do governo no Senado.
"Essa proposta mostra por que
o governo fez tanto esforço para levar senadores e deputados
para a base governista", disse.
Ex-presidente do DEM, Jorge Bornhausen (SC) tem alertado democratas e tucanos sobre
a possibilidade de o governo
trabalhar pelo terceiro mandato após a aprovação da CPMF.
Seu argumento é de que os petistas não pretendem abrir mão
de seu espaço na máquina do
governo. Na sua opinião, o governo deixará "correr o barco".
"Se o governo aprovar a
CPMF, será inexorável. Temos
que manter essa muralha, que é
a CPMF", propõe ele, que já
conversou com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin
sobre o assunto.
O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda
(DEM), duvidou que Lula apóie
a proposta. "Não acredito que
seja viável. Seria um golpe muito forte", afirmou Arruda.
O governador de Santa Catarina em exercício, Leonel Pavan (PSDB), também lembrou
a história de Lula para minimizar a hipótese: "O presidente
ajudou a construir a democracia. Não acredito que um homem com a sua história concorde com isso", declarou.
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