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Deputados estudam novo aumento para servidores
Adicionais por especialização devem aumentar gastos da Câmara em R$ 3,5 mi
Proposta foi enviada um dia após aprovação de aumento para 470 mil funcionários; reajuste pode ser votado na próxima reunião da Mesa
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em meio à crise financeira, a
Câmara quer dar aumento salarial em forma de benefícios para todos os seus funcionários.
Um dia depois de os deputados
aprovarem, com duas medidas
provisórias, reajuste para mais
de 470 mil servidores, o primeiro-secretário da Casa, Osmar
Serraglio (PMDB-PR), levou à
reunião da Mesa proposta de
adicionais por especialização. A
maioria dos membros da Mesa
disse concordar com a idéia.
Caso o ato seja aprovado, a
Câmara terá custos adicionais,
em um primeiro momento, de
R$ 3,5 milhões por mês. O valor
aumentaria ao longo dos anos à
medida que os funcionários
fossem se especializando e ganhassem tempo de Casa. Não
há uma estimativa de gastos para os anos seguintes.
De imediato, pessoas que já
possuem cursos de graduação e
de doutorado, por exemplo, teriam um aumento no salário de
quase 10%. O reajuste máximo
por funcionário seria de 30%.
Hoje, a Câmara conta com
cerca de 3,5 mil servidores
-excluindo secretários parlamentares e os chamados CNEs
(Cargos de Natureza Especial)- cujos salários podem
chegar a cerca de R$ 10 mil. Segundo Serraglio, o aumento
máximo em um primeiro momento não deve passar de R$
1.200 por servidor devido ao
grau de especializações.
Além dos cursos de formações acadêmicas, o primeiro-secretário propõe levar em
conta também para os reajustes os "conhecimentos e habilidades adquiridas pelo servidor"
quando do exercício de atividades na Câmara, "tendo em vista
o grau de responsabilidade e
complexidade a elas atribuídas". Ou seja, quanto mais elevada a função, maior o índice
do aumento.
A proposta foi apresentada
com a justificativa de regulamentar uma lei de 2006. A legislação citada, no entanto, não
obriga a publicação de tal ato,
dizendo que a Câmara "poderá" editar normas complementares para o plano de carreiras
da Casa.
Por meio de sua assessoria, o
presidente Arlindo Chinaglia
(PT-SP) afirmou que está estudando o texto apresentado por
Serraglio e que o reajuste pode
ser votado na próxima reunião
da Mesa. O primeiro secretario
avalia que o aumento é necessário e servirá para incentivar o
funcionário a estudar.
Proposta rigorosa
O presidente do Sindilegis
(Sindicato dos servidores do
Legislativo e do TCU), Magno
Antônio de Mello, argumenta
que essa é uma reivindicação
feita há quase vinte anos pelos
servidores. Até agora, nem Senado, nem TCU, possuem o
adicional por especialização.
Mello, no entanto, critica a proposta apresentada por Serraglio que, segundo ele, "é mais
rigorosa do que deveria ser".
"Nunca apareceu uma direção que tivesse coragem de discutir o assunto, essa foi a primeira. Mas mesmo assim, acho
que o secretário deveria apresentar uma proposta menos rigorosa", afirmou Mello.
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