São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 2008

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Marta perde favoritismo para disputar governo em 2010

DA REPORTAGEM LOCAL

A derrota na capital paulista tirou o favoritismo de Marta Suplicy na disputa interna do PT pela candidatura ao governo estadual em 2010. O partido terá de lidar com um amplo leque de concorrentes sem que haja nome natural para a vaga.
A situação levou o presidente estadual da legenda, Edinho Silva, a anunciar o "congelamento" dos debates sobre o tema. "A pulverização não é boa para o partido, então não temos que discutir nomes", avalia.
Com Marta enfraquecida, entram no páreo o deputado Arlindo Chinaglia e o senador Aloizio Mercadante. Emídio de Souza, prefeito reeleito em Osasco, tenta se viabilizar.
O deputado Antonio Palocci aguarda a conclusão do processo sobre a violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa, no Supremo, para apresentar ou não seu nome como opção.
Entre as correntes do PT, a CNB (Construindo um Novo Brasil, ex-Campo Majoritário) saiu fortalecida da eleição no Estado. Dela fazem parte Mercadante, Palocci e Emídio.
De acordo com levantamento da Folha com líderes petistas, prefeitos do grupo vão administrar 75% do eleitorado conquistado pelo partido.
Desde o ano passado, os martistas estão sem espaço na Executiva Nacional petista. Na capital paulista, porém, tanto a Novo Rumo como a PTLM manterão sua forte influência.
Em São Paulo, 9 dos 11 vereadores eleitos pertencem às duas tendências. "Mas vamos buscar a unidade. Não queremos mais disputa. A eleição em 2010 vai ser difícil, pois não teremos Lula", diz o deputado Jilmar Tatto, líder da PTLM.
O poder na capital mantém Marta no jogo. A boa relação da ex-prefeita com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), preferida de Lula para sucedê-lo, e a relevante atuação que ela teve no segundo turno da campanha à reeleição do presidente no Estado contam a seu favor.

Futuro político
Com a ressaca da derrota de ontem, o futuro político de Marta foi pouco comentado por aliados. Alguns deles, porém, já vislumbram campanha para a Câmara dos Deputados, com expectativa de alta votação, daqui a quatro anos. Também citam a possibilidade de voltar a um ministério de Lula.
Da lista de petistas que podem ser candidatos a governador em São Paulo, Mercadante e Chinaglia foram os que mais se movimentaram nesta eleição. Eles visitaram cidades e participaram de comícios, caminhadas e atos de campanha.
Mercadante visitou cerca de 200 cidades. Ele, no entanto, nega que seu projeto seja disputar mais uma vez o governo do Estado. "Estou trabalhando para disputar a reeleição como senador", disse o parlamentar, que foi candidato a governador na eleição de quatro anos atrás.
Chinaglia também marcou presença em comícios em São Bernardo do Campo, Guarulhos e Osasco. Apesar de pertencer a uma corrente interna fraca (Movimento PT), ele tem sido citado por prefeitos como possível candidato. Durante a eleição municipal, Chinaglia visitou mais de cem cidades.
Prefeito reeleito, Emídio foi lançado pelo deputado João Paulo Cunha. Juntos, eles têm influência direta em oito municípios da macrorregião de Osasco, na Grande São Paulo.
(ADRIANO CEOLIN, RANIER BRAGON E CONRADO CORSALETTE)


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