|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Marta perde favoritismo para disputar governo em 2010
DA REPORTAGEM LOCAL
A derrota na capital paulista
tirou o favoritismo de Marta
Suplicy na disputa interna do
PT pela candidatura ao governo estadual em 2010. O partido
terá de lidar com um amplo leque de concorrentes sem que
haja nome natural para a vaga.
A situação levou o presidente
estadual da legenda, Edinho
Silva, a anunciar o "congelamento" dos debates sobre o tema. "A pulverização não é boa
para o partido, então não temos
que discutir nomes", avalia.
Com Marta enfraquecida,
entram no páreo o deputado
Arlindo Chinaglia e o senador
Aloizio Mercadante. Emídio de
Souza, prefeito reeleito em
Osasco, tenta se viabilizar.
O deputado Antonio Palocci
aguarda a conclusão do processo sobre a violação do sigilo do
caseiro Francenildo Costa, no
Supremo, para apresentar ou
não seu nome como opção.
Entre as correntes do PT, a
CNB (Construindo um Novo
Brasil, ex-Campo Majoritário)
saiu fortalecida da eleição no
Estado. Dela fazem parte Mercadante, Palocci e Emídio.
De acordo com levantamento da Folha com líderes petistas, prefeitos do grupo vão administrar 75% do eleitorado
conquistado pelo partido.
Desde o ano passado, os martistas estão sem espaço na Executiva Nacional petista. Na capital paulista, porém, tanto a
Novo Rumo como a PTLM
manterão sua forte influência.
Em São Paulo, 9 dos 11 vereadores eleitos pertencem às
duas tendências. "Mas vamos
buscar a unidade. Não queremos mais disputa. A eleição em
2010 vai ser difícil, pois não teremos Lula", diz o deputado
Jilmar Tatto, líder da PTLM.
O poder na capital mantém
Marta no jogo. A boa relação da
ex-prefeita com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), preferida de Lula para sucedê-lo, e
a relevante atuação que ela teve no segundo turno da campanha à reeleição do presidente
no Estado contam a seu favor.
Futuro político
Com a ressaca da derrota de
ontem, o futuro político de
Marta foi pouco comentado
por aliados. Alguns deles, porém, já vislumbram campanha
para a Câmara dos Deputados,
com expectativa de alta votação, daqui a quatro anos. Também citam a possibilidade de
voltar a um ministério de Lula.
Da lista de petistas que podem ser candidatos a governador em São Paulo, Mercadante
e Chinaglia foram os que mais
se movimentaram nesta eleição. Eles visitaram cidades e
participaram de comícios, caminhadas e atos de campanha.
Mercadante visitou cerca de
200 cidades. Ele, no entanto,
nega que seu projeto seja disputar mais uma vez o governo
do Estado. "Estou trabalhando
para disputar a reeleição como
senador", disse o parlamentar,
que foi candidato a governador
na eleição de quatro anos atrás.
Chinaglia também marcou
presença em comícios em São
Bernardo do Campo, Guarulhos e Osasco. Apesar de pertencer a uma corrente interna
fraca (Movimento PT), ele tem
sido citado por prefeitos como
possível candidato. Durante a
eleição municipal, Chinaglia visitou mais de cem cidades.
Prefeito reeleito, Emídio foi
lançado pelo deputado João
Paulo Cunha. Juntos, eles têm
influência direta em oito municípios da macrorregião de
Osasco, na Grande São Paulo.
(ADRIANO CEOLIN, RANIER BRAGON E CONRADO CORSALETTE)
Texto Anterior: Recordar é viver Próximo Texto: São Paulo / Entrevista - Maria Victoria Benevides: Classe média está ressentida com PT em SP, diz estudiosa Índice
|