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Belo Horizonte
Lacerda supera revés de campanha, vence 2º turno e dá fôlego para Aécio
Governador Aécio Neves diz que ele e o prefeito Fernando Pimentel saem fortalecidos da disputa
Aliado de Quintão (PMDB), o ministro Hélio Costa diz que a eleição mostrou que o eleitor "rejeita imposições e candidato goela abaixo"
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
FERNANDA ODILLA
ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE
Por 59,12% a 40,88% dos votos válidos, o candidato Marcio
Lacerda (PSB) venceu Leonardo Quintão (PMDB) e será o
prefeito de Belo Horizonte a
partir de 2009. A diferença foi
de 18,2 pontos percentuais.
Às 19h59 de ontem, quando o
TRE-MG concluiu a apuração,
Lacerda estava comemorando
ao lado dos seus padrinhos.
O governador tucano Aécio
Neves e o prefeito petista Fernando Pimentel vibraram muito. "Foi a vitória mais consagradora que podíamos ter", disse
Aécio. Para ele, o resultado
mostra a aceitação do que chama de "aliança de convergência" com o PT em BH, embora
sem saber se essa "semente" vai
germinar pelo país.
"Estou muito feliz", disse Pimentel. "Saio desse processo
com a alma em paz e o coração
cheio de esperança. Abrimos
em BH um caminho para o futuro da cidade e do Brasil."
Lacerda disse que sentia "humildade e responsabilidade".
"Foi um processo construído
quebrando paradigmas não só
na política mineira, mas na política nacional", afirmou.
Ele informou que recebeu ligação de Quintão parabenizando-o, e retribuiu o gesto: "Ele
saiu maior do que entrou nessa
disputa eleitoral".
Aécio e Pimentel estavam
pressionados por terem empenhado seus prestígios políticos
nessa campanha, mas fracassaram no primeiro turno. Isso foi
muito explorado ontem pelos
rivais, obrigando Lacerda e
seus padrinhos a se explicarem.
Aécio chegou a dizer que não
é Deus e que ele e Pimentel
saem fortalecidos da disputa.
Para Lacerda, o segundo turno
foi bom "para a democracia",
além de "didático".
Quintão e o ministro peemedebista Hélio Costa (Comunicações) separaram a derrota
eleitoral da política e tentaram
colar nos padrinhos de Lacerda
o estigma da "derrota política e
moral" em Belo Horizonte.
Isso porque a candidatura de
Lacerda é fruto da aliança entre
um potencial candidato do
PSDB à Presidência, Aécio, e o
PT do prefeito Pimentel, de
olho na disputa ao governo de
Minas. Ambos bem avaliados.
"Já tivemos a maior vitória
política do Brasil, que é mostrar
para o país que ninguém manda
em eleitor", afirmou Quintão.
"Estou muito satisfeito com
o resultado, porque, na verdade, a vitória é a vitória política,
moral, de princípios, por posições firmes. Essa é a vitória do
PMDB e do Leonardo Quintão", disse Hélio Costa.
O ministro criticou o apadrinhamento a Lacerda. Para ele,
o PMDB mostrou que "o eleitor
de BH vota de forma independente e não aceita imposições e
candidato goela abaixo".
Questionado se concordava
com os comentários de que sai
derrotado por não ter vencido
no primeiro turno, Aécio, em
defesa da sua tese, disse: "Eu
não sou Deus, não. Se ganharmos agora é a vitória de uma tese. O novo suscita reações, suscita incompreensões".
Aécio votou juntamente com
Lacerda -ambos votam na
mesma seção eleitoral-, acompanhados por Pimentel.
Pelo lado oponente, Costa e
Quintão posaram ao lado do vice-presidente José Alencar
(PRB) e dos políticos do PC do
B e dos petistas dissidentes.
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