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Porto Alegre
Fogaça vence o PT pela segunda vez
Com 59% dos votos válidos, peemedebista vê pior votação de um petista na capital gaúcha desde 88
Aos 61 anos, prefeito ratifica favoritismo diante de Maria do Rosário e é o primeiro político a conquistar a reeleição em Porto Alegre
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
SIMONE IGLESIAS
ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE
O prefeito José Fogaça
(PMDB) superou a deputada
Maria do Rosário (PT) e foi reeleito em Porto Alegre. Com a
apuração encerrada, o peemedebista obteve 470,6 mil votos
(58,95% dos votos válidos) e a
petista 327,7 mil (41,05%).
Aos 61 anos, Fogaça é o primeiro político a se reeleger na
capital gaúcha. Sua vitória confirma o favoritismo que se delineou nas pesquisas eleitorais
durante toda a campanha e que
se cristalizou com 44% dos votos válidos no primeiro turno.
A festa dos apoiadores de Fogaça começou logo após o fim
da votação. Militantes com
bandeiras foram para a frente
do comitê para comemorar.
Recebido com uma chuva de
papel picado, Fogaça afirmou
que "as urnas consagraram um
projeto de mudanças, de plantar sementes para o futuro".
"Depois desta vitória retumbante, Porto Alegre nunca mais
será uma cidade dividida, de
um partido só", disse o prefeito
reeleito, em referência ao PT.
Ao lado do senador Pedro Simon (PMDB-RS), ele disse que
era do correligionário a responsabilidade por ter chegado à
Prefeitura de Porto Alegre.
"Há 30 anos este homem [Simon] disse que era para me
candidatar e em quatro anos
estaria de volta à sala de aula.
Estou até hoje na vida pública",
afirmou Fogaça, que era professor, além de compositor.
O prefeito agradeceu aos
eleitores e atribuiu também a
vitória ao apoio de PDT e PTB e
à adesão, no segundo turno, de
DEM, PP e PPS.
Localizado na mesma rua, a
duzentos metros do QG eleitoral de Fogaça, o clima no comitê de Rosário era de resignação.
A derrota parecia ser esperada
pelos dirigentes e militantes do
partido.
"Ela foi uma heroína e surpreendeu por conseguir fazer
uma grande votação sem que tivéssemos uma aliança forte. A
derrota é resultado do isolamento que o PT se impôs em
Porto Alegre nos últimos anos,
desprezando partidos aliados",
disse o coordenador da campanha, Adão Villaverde (PT).
Rosário chegou ao comitê
pouco antes das 19h, com 85%
dos votos apurados. Agradeceu
aos eleitores e pediu que Fogaça faça um bom governo.
"Obrigada de todo coração a
Porto Alegre. Desejo a Fogaça
um bom mandato e que cumpra os compromissos que assumiu com a cidade", disse.
Rosário manteve o ânimo durante todo dia. Reuniu os ministros Tarso Genro (Justiça),
Dilma Rousseff (Casa Civil) e
Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) para um café da
manhã na sede do PT e depois
foi às ruas pedir votos e tentar
reverter o resultado.
Esta é a segunda derrota consecutiva do PT em Porto Alegre, cidade que administrou
durante 16 anos.
Apesar de o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ostentar altos índices de popularidade, o
petismo gaúcho vive um ocaso
na capital que foi a vitrine do
chamado "modo petista de governar" durante toda a década
de 90. A votação de Rosário ontem foi a menor obtida pelo PT
desde 1988 e também menos
expressiva do que em 2004,
quando o partido perdeu o comando de Porto Alegre.
Naquele ano, o candidato foi
o ex-prefeito Raul Pont (1997-2000), que teve 378 mil votos
(47%). Pont perdeu a eleição há
quatro anos para Fogaça.
Além de Porto Alegre, outras
duas cidades gaúchas tiveram
segundo turno. Em Canoas, região metropolitana, Jairo Jorge
(PT) venceu com 52,63% dos
votos válidos contra 47,37% de
Jurandir Maciel (PTB).
Em Pelotas (250 km de Porto
Alegre), o atual prefeito Fetter
Júnior (PP) venceu com
56,72% Fernando Marroni
(PT), que obteve 43,28%.
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