São Paulo, terça-feira, 27 de outubro de 2009

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Rival político de Chávez quer país no bloco

Para prefeito de Caracas, ratificação do tratado permitirá que o Mercosul exija de venezuelano respeito às regras democráticas

Antonio Ledezma diz que a democracia na Venezuela vive um momento difícil, mas que é possível derrotar o presidente nas eleições


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Principal líder da oposição ao governo de Hugo Chávez, o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, 54, será ouvido hoje no Senado. Ele defende o ingresso da Venezuela no Mercosul, dizendo que seu país não pode ficar alijado da comunidade internacional.

 

FOLHA - Qual é a importância da Venezuela no Mercosul?
ANTONIO LEDEZMA
- Não é só a importância do intercâmbio comercial: a incorporação vai permitir que essa organização [Mercosul] exija do governo venezuelano o respeito aos protocolos relacionados com as regras de ouro da democracia.

FOLHA - Acha que a crise em Honduras prejudicou a imagem da Venezuela com a oposição no Brasil?
LEDEZMA
- Não creio que seja um elemento que tenha influenciado. Mas, sobre a postura do governo venezuelano em Honduras, eu acho que temos de respeitar a autonomia dos povos. Não podemos usar a força armada em nenhum país para apoiar nenhuma decisão política. Há que deixar nas mãos de organismos como OEA e ONU.

FOLHA - O sr. acredita que existe democracia na Venezuela?
LEDEZMA
- Nossa democracia vive um momento difícil. Isso tem a ver com a perda de autonomia dos poderes públicos. E por isso não queremos ficar alijados da comunidade internacional: os olhos do continente devem estar abertos para a Venezuela.

FOLHA - É possível vencer Chávez?
LEDEZMA
- Não há nada impossível quando se trabalha com vontade e com princípios que nos animam e nos dão fortaleza. A maior prova disso foi minha vitória: eu ganhei de Chávez em Caracas.

FOLHA - Como é hoje a oposição na Venezuela?
LEDEZMA
- É uma oposição otimista que desenvolve uma resistência com coragem e constância; é uma oposição agregadora, que defende o coletivo; é uma oposição que estima muito os aspectos do diálogo.


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