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Rival político de Chávez quer país no bloco
Para prefeito de Caracas, ratificação do tratado permitirá que o Mercosul exija de venezuelano respeito às regras democráticas
Antonio Ledezma diz que a democracia na Venezuela vive um momento difícil, mas que é possível derrotar o presidente nas eleições
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Principal líder da oposição ao
governo de Hugo Chávez, o
prefeito de Caracas, Antonio
Ledezma, 54, será ouvido hoje
no Senado. Ele defende o ingresso da Venezuela no Mercosul, dizendo que seu país não
pode ficar alijado da comunidade internacional.
FOLHA - Qual é a importância da
Venezuela no Mercosul?
ANTONIO LEDEZMA - Não é só a
importância do intercâmbio
comercial: a incorporação vai
permitir que essa organização
[Mercosul] exija do governo venezuelano o respeito aos protocolos relacionados com as regras de ouro da democracia.
FOLHA - Acha que a crise em Honduras prejudicou a imagem da Venezuela com a oposição no Brasil?
LEDEZMA - Não creio que seja
um elemento que tenha influenciado. Mas, sobre a postura do governo venezuelano em
Honduras, eu acho que temos
de respeitar a autonomia dos
povos. Não podemos usar a força armada em nenhum país para apoiar nenhuma decisão política. Há que deixar nas mãos
de organismos como OEA e
ONU.
FOLHA - O sr. acredita que existe
democracia na Venezuela?
LEDEZMA - Nossa democracia
vive um momento difícil. Isso
tem a ver com a perda de autonomia dos poderes públicos.
E por isso não queremos ficar
alijados da comunidade internacional: os olhos do continente devem estar abertos para a
Venezuela.
FOLHA - É possível vencer Chávez?
LEDEZMA - Não há nada impossível quando se trabalha com
vontade e com princípios que
nos animam e nos dão fortaleza. A maior prova disso foi minha vitória: eu ganhei de Chávez em Caracas.
FOLHA - Como é hoje a oposição na
Venezuela?
LEDEZMA - É uma oposição otimista que desenvolve uma resistência com coragem e constância; é uma oposição agregadora, que defende o coletivo; é
uma oposição que estima muito os aspectos do diálogo.
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