|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Subtetos foram a última polêmica
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A emenda da reforma da Previdência aprovada na Câmara dos
Deputados estabelece que haverá
três subtetos -que são parâmetros salariais dos servidores públicos- nos Estados: o do Executivo, equivalente ao salário de governador, o do Legislativo, ao de
deputado estadual, e o do Judiciário, ao de desembargador.
Quando a reforma chegou ao
Senado, o PMDB disse que não
poderia aceitar a regra, alegando
que isso achataria os salários do
Executivo, dando o exemplo de
Germano Rigotto (RS), que tem
salário bruto de R$ 6 mil.
O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), fez acordo com o governo para que fosse suprimido
do texto original o dispositivo do
subteto, a fim de que novo critério
fosse estabelecido na PEC paralela
-a emenda que tramita no Senado alterando a reforma sem mexer no texto original.
Pelo acordo, o próprio Renan
apresentaria requerimento para
suprimir o dispositivo.
Ao mesmo tempo, o relator,
Tião Viana (AC), criou um dispositivo na PEC paralela pelo qual o
governador poderá fixar subteto
no seu Estado.
O governador de Minas, Aécio
Neves (PSDB), tentou desfazer o
acordo feito com o PMDB no Senado. Ele disse que o subteto era o
ponto mais moralizador da reforma da Previdência e não poderia
ser retirado da emenda principal.
Além disso, disse que não poderia haver subteto único para os
três Poderes no Estado. Aécio defendeu que fosse encontrada uma
solução específica para atender ao
caso de Rigotto.
Na segunda-feira, Rigotto se
reuniu com o líder do governo,
Aloizio Mercadante (PT-SP). Renan não estava presente. Após a
conversa, o governador do Rio
Grande do Sul disse que aceitava
manter no texto original da reforma o dispositivo fixando três subtetos, com a possibilidade -garantida na PEC paralela- de que
o governador possa fixar subteto
único no seu Estado, até o valor
do subsídio de desembargador.
No mesmo dia, Aécio elogiou o
acordo feito entre Mercadante e
Rigotto. Ao mesmo tempo, o
PSDB do Senado anunciava que a
bancada não fecharia questão
contra a reforma da Previdência
porque os governadores tucanos
haviam sido atendidos.
Anteontem, poucas horas antes
do início previsto para a votação
da reforma da Previdência, Renan
surpreendeu e disse que o PMDB
não concordava com o acordo feito na véspera com Rigotto.
Texto Anterior: Oposição diz que segurança barrou acesso às galerias Próximo Texto: PMDB quer estender pressão sobre Lula Índice
|