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Para procurador
da Susep, processo não foi afetado
DA REPORTAGEM LOCAL
O procurador-geral da Susep, Moacyr Lamha Filho, disse
que não foi diretamente procurado pelo petista José Alfredo
Carvalho para agendamento
da audiência com a direção da
Interbrazil. Segundo Lamha,
"eles chegaram dizendo que vinham de outro setor. Bateram
lá, na Procuradoria, pediram
para falar comigo e recebi",
afirmou ele, acrescentando não
se lembrar com quem os conselheiros estavam antes da audiência. "Não recebi nenhum
pedido de reunião. Ninguém
me ligou para marcar essa reunião", frisou Lamha.
Segundo ele, foram duas as
reuniões com o comando da
Interbrazil, uma antes e outra
depois da liqüidação. Na primeira, os conselheiros Carlito
Souza e Rondon Borges teriam
garantido que a Interbrazil mudara e que não haveria mais irregularidades nos contratos.
"Sentaram comigo, no máximo, dez minutos. A segunda
[reunião] demorou menos ainda porque eles estavam morrendo de vergonha. Perguntei:
"Vocês não disseram que a empresa estava mudada? Que estava tudo certo?'".
Lamha afirma que, apesar da
contratação, a Interbrazil não
conseguiu postergar o processo de liqüidação. "O processo
correu normalmente", afirmou, explicando que a liqüidação exige cuidado. "É um processo muito trabalhoso. Fechar
uma empresa é um ato muito
violento, ato forte. Você tem
que estar muito bem calçado.
Se faz uma liqüidação mal feita,
está arriscado a sofrer um processo e a União é obrigada a pagar indenizações altíssimas."
O processo de liqüidação da
Interbrazil é alvo de controvérsia, especialmente depois da divulgação de um e-mail em que
o presidente da empresa, André Marques Silva, cita uma
reunião com dirigentes da Susep para contar aos demais
conselheiros que haviam fixado um prazo de 90 dias para saneamento financeiro da seguradora. No e-mail, de maio deste ano, os dois dirigentes da Susep são citados pelo prenome.
Em recente entrevista à Folha, o superintendente da Susep, Renê Garcia, classificou
como "perfeitamente aceitável" uma liqüidação que dure
"um ano, um ano e meio".
Ele afirmou que as primeiras
denúncias de irregularidades
cometidas pela Interbrazil começaram em 2003.
Em julho de 2004, o IRB enviou à concessionária Triângulo do Sol uma correspondência
advertindo para o risco de a Interbrazil não ter buscado cobertura para apólice -no total
de R$ 211 milhões- no exterior. A Triângulo protocolou
uma representação na Susep
para a abertura de um processo
contra a seguradora. No dia 18
de agosto, houve a liquidação.
Em setembro, com a revelação de que a Interbrazil teria laços com partidos políticos, a
Susep reiterou que o processo
fora normal. Mas a associação
de servidores da superintendência divulgou uma nota criticando a demora.
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