São Paulo, terça-feira, 27 de novembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Cabo-de-guerra

Num cenário de conta apertada, em que o governo busca no varejo voto a voto para chegar aos 49 necessários à prorrogação da CPMF, o ataque especulativo aos seis senadores do PTB se dá em duas direções.
Hoje, enquanto o petebista José Múcio, recém-nomeado ministro da coordenação política, jantará com a bancada na tentativa de amolecer os resistentes (três ou dois, no cenário mais realista), o presidente do partido, Roberto Jefferson, receberá em outro jantar um dos principais apóstolos da derrubada do imposto do cheque: o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Na mesa estará a Executiva do PTB, que amanhã se reúne inclinada a "recomendar" voto contrário à CPMF.

Carimbo. A decisão de não enviar projeto de política industrial ao Congresso enquanto estiver no ar a novela da CPMF ganhou no Planalto o carinhoso apelido de "emenda Paulo Skaf".

Olha eu aqui. Renan Calheiros (PMDB-AL) seguiu o voto tucano pela abstenção no debate da MP que trata de descontos de PIS/Pasep e Cofins. A atitude foi lida como novo recado ao governo.

Chá da tarde. O encontro entre o ministro José Temporão e o ex-titular da Saúde Adib Jatene, parte da mobilização governamental pró-CPMF, acontecerá amanhã em São Paulo. Ambos conversaram ontem por telefone.

Em campo. Temporão conversou nos últimos dias com cinco governadores, no corpo-a-corpo pela CPMF. Além de José Serra (SP), receberam apelos do ministro Eduardo Campos (PE), Cid Gomes (CE), Paulo Hartung (ES) e Sérgio Cabral (RJ).

Em todas. Tal como o Distrito Federal, São Paulo também recebeu da agência de notícias do Ministério da Saúde o quanto a CPMF garante ao Estado: R$ 3,7 bi já repassados pela União neste ano.

Operante. A tucana Yeda Crusius terá audiência com Lula nesta semana para agradecer a ajuda ao Rio Grande do Sul e mostrar o mapa dos senadores do Estado -dois ameaçam votar contra.

Escalação. O cineasta Silvio Da-Rin, autor do documentário "Hércules 56", sobre o seqüestro do embaixador Charles Elbrick -episódio que teve entre seus personagens o hoje ministro Franklin Martins e o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu-, foi nomeado secretário de Audiovisual do Ministério da Cultura.

Sem registro. Assim como a garota de 15 anos que ficou presa com homens no Pará, seus pais nunca tiveram carteira de identidade. O programa de proteção à testemunha teve de providenciar os documentos para que pudessem viajar por vários Estados -tática para evitar que eventuais agressores achem a família.

Armadura. O governo paulista montou um esquema de "agentes" na tentativa de evitar fraudes no Saresp, avaliação de aproximadamente 2 milhões de alunos. Além disso, professores trocarão de escola para aplicar a prova.

Calculadora. Animados com possível quórum alto na eleição do PT no domingo, o antigo Campo Majoritário já projeta recuperar o comando da sigla em pelo menos três Estados: na Paraíba, na Bahia e em Mato Grosso do Sul.

Simbólico. Eduardo Suplicy (PT-SP) registrou voto contrário ao requerimento da Comissão de Relações Exteriores do Senado que saudou o rei da Espanha, Juan Carlos, pelo fato de ele ter mandado Hugo Chávez se calar.

Visita à Folha. José Eduardo Cardozo, deputado federal por SP e candidato à presidência do PT, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Nicolas Tamasauskas, assessor de imprensa.

Tiroteio

"Se o problema vem de gestões anteriores, por que Ana Julia, como senadora, não denunciou? Ela que sempre foi tão boa na hora de acusar."


Do deputado federal NILSON PINTO (PSDB-PA) sobre o decreto em que a governadora do Pará acusa seus antecessores pelo caos no sistema carcerário do Estado, no qual uma menina de 15 anos ficou presa durante semanas com dezenas de homens.

Contraponto

Fim de papo

O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, estava no aeroporto de Salvador, à espera do vôo para Brasília, quando foi abordado por um eleitor.
-O senhor era contra o Lula. Agora está no governo.
Como o peemedebista não respondeu ao comentário, o homem fez uma nova tentativa:
-E então, o que o senhor acha disso?
Geddel, enfim, resolveu quebrar o silêncio:
-Eu acho uma coisa que aprendi com meu pai...
-E o que foi? -, indagou o curioso.
-A não falar com estranhos-, encerrou o ministro.


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