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Silvio Pereira pode ficar livre de processo do mensalão no STF
Amparado na legislação penal, procurador-geral vai propor suspensão em troca do cumprimento de algumas condições
Advogado de Pereira, que até ontem desconhecia detalhes do acordo, vai levar proposta ao cliente, que pode aceitá-la ou não, na quarta-feira
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza,
propôs a suspensão do processo do mensalão em relação ao
ex-secretário-geral do PT Silvio
Pereira, qualificado por ele na
denúncia ao STF (Supremo
Tribunal Federal) como integrante do "núcleo central da
quadrilha".
O número de réus nessa ação
penal cairá para 39 se a sugestão for aceita por Pereira, que
terá de cumprir determinadas
condições impostas por Antonio Fernando, e se o relator do
processo, ministro Joaquim
Barbosa, avalizar o acordo.
A legislação penal prevê essa
possibilidade quando a pessoa
responde por um crime cuja
pena mínima é de até um ano
(lei 9.099). Dos 40 réus do
mensalão, Pereira é o único que
se enquadra na norma, chamada transação penal.
O procurador-geral o acusou
de formação de quadrilha, peculato e corrupção ativa, mas o
STF só recebeu a denúncia em
relação ao primeiro delito, para
o qual o Código Penal prevê pena de prisão de um a três anos.
Antonio Fernando não informou quais são as condições exigidas por ele para o acordo. O
advogado de Pereira na ação,
Gustavo Badaró, disse ontem à
tarde que desconhecia a proposta em detalhes.
Normalmente são impostos
deveres como comparecer a
cartório judicial mensalmente
e não viajar para outra cidade
por mais de oito dias sem autorização do juiz. Ao contrário da
delação premiada, em que o réu
se compromete a prestar informações em troca da redução da
penal, a transação penal não
exige essa colaboração.
Em geral, o acordo vigora de
dois a quatro anos. Depois desse prazo, a pessoa fica livre da
acusação. O objetivo é simplificar o processo e torná-lo mais
rápido. A exclusão de um réu
dispensa, por exemplo, a convocação das oito testemunhas
indicadas por ele para a defesa.
O advogado de Pereira disse
que deverá se reunir com o
cliente na quarta para expor
vantagens e desvantagens da
proposta, levando em conta as
condições sugeridas.
Na denúncia, o procurador-geral disse que havia "sofisticada organização criminosa, dividida em setores de atuação, que
se estruturou profissionalmente para a prática de crimes como peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão
fraudulenta, além das mais diversas formas de fraude".
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