São Paulo, terça-feira, 27 de novembro de 2007

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Empréstimos do valerioduto equivalem a metade daqueles usados no mensalão

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Os empréstimos bancários que alimentaram o valerioduto tucano em Minas, em 1998, representam 51% dos valores movimentados também pelas extintas agências do empresário Marcos Valério de Souza no caso do mensalão petista, cinco anos depois (em 2003 e 2004).
Enquanto a fracassada tentativa de reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) teria recorrido a sete empréstimos somando R$ 28,5 milhões (sendo R$ 21 milhões do Banco Rural), o mensalão do PT teria movimentado em seis empréstimos R$ 55,9 milhões.
Esses são os valores originais citados nas duas denúncias apresentadas ao STF (Supremo Tribunal Federal).
A denúncia do mensalão petista, apresentada em 2006, foi aceita pelo STF contra todos os 40 denunciados. A do valerioduto tucano, apresentada na semana passada, pede o indiciamento de 15 pessoas, entre elas o atual senador Eduardo Azeredo e o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia (PTB).
Um fato que distingue o episódio envolvendo o PSDB do que envolve o PT é que no primeiro caso os empréstimos foram quitados em 1998 e 1999.
No caso do mensalão, as dívidas não foram quitadas, o que levou Valério a ingressar com ação de cobrança contra o PT. Ele cobra os R$ 55 milhões e mais juros, atualização monetária e encargos financeiros, o que pode dobrar o valor. A Justiça no Distrito Federal não aceitou a ação contra o PT, mas Valério recorreu.
A PF, ao investigar as contas de Azeredo -que declarou ter gastado na tentativa de reeleição R$ 8,5 milhões-, disse que as agências de Valério usaram cerca de R$ 5,6 milhões em espécie e sem origem identificada para quitar parcelas de empréstimos obtidos em bancos entre 1998 e 1999.
A suspeita levantada pelo procurador-geral Antonio Fernando Souza é que os sete empréstimos do caso tucano deram a cobertura financeira ao esquema, sendo que dois deles teriam sido quitados com recursos públicos de estatais.


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